"A
paz não pode ser mantida à força. Somente pode ser atingida pelo
entendimento." (Albert Einstein)
Prezado
Senhor Carlson.
Aconteceu
que o bate-boca encrespou entre mim e o Parnaíbano atento na viseira do anonimato.
Referi-me aos assuntos reais de tudo quanto é coisa e o Anônimo e alguns
comentaristas absorveram tudo pessoalmente e se "vingaram" fazendo
uso quase que alfabeticamente de todos os impropérios do dicionário para se
referir a mim e pronto, quebramos os pratos!
E
agora? Quem procura o outro? Quem cede?
Digo
por experiência própria, em casos recorrentes assim, a questão
do "quem dá o primeiro passo" nada mais é do
que uma queda de braço, uma disputa boba de poder. E funciona da
seguinte forma:
Se
eu procurá-lo, estarei demonstrando que os argumentos dele eram melhores
do que os meus. Logo, me colocarei em posição de inferioridade
para discutir todo o resto e estarei condenada a ceder sempre
mais.
Quem
não almeja ter poder?
De
certa forma, o poder nos convida a brindar a uma sensação
de segurança, de imposição irrestrita de o nosso pensar. Não há como negar
que estar em uma posição considerada superior, nos dá uma sensação pelo
menos abstrata de poder. Ora, se assim é, não fica difícil
concluir que, muitas vezes, quando a coisa descamba, a gente segura a onda e
não procura o outro por puro medo de ficar por baixo e ter
de ceder ao que considera ser os caprichos dele. O nosso máximo
orgulho travestido de razão fala mais alto. A insegurança travestida de
convicção dita às regras. A disputa de poder travestida de dignidade assume o
comando.
É
claro que cada um de nós deseja ver concretizado nas suas relações
interpessoais à afirmação dos nossos próprios valores, sobretudo se
estão baseados nas leis e regras comunitárias. No entanto, nem
sempre poderemos defender a ferro e fogo todos os nossos
propósitos, sob pena de adotarmos uma postura de arrogância
e auto-suficiência. Não é convencendo o outro a qualquer custo a respeito
das nossas convicções que estaremos a salvo de sua influência. E se
cedermos, não significa que estejamos abdicando da nossa personalidade em
detrimento da dele.
Se
assim conseguimos concluir e agir, aquela velha e encardida questão
do "quem dá o primeiro passo", deixaria de ser um
indicativo de poder para se tornar sinal ultrapositivo de interesse.
Se eu procuro ele é porque a sociedade precisa ir unida na trilha da ética
e legalidade. Quanto a ele, espero que se identifique e me
procure quando sentirá convicção e simpatia.
Assim estaríamos
subindo um degrau e agindo como adultos para um novo estágio
de troca de sentimentos, idéias, experiências e confiança mútua. Aposentar
compulsoriamente o legado adolescente anômico da birra, do
orgulho e da competição contraproducente.
"Para
alcançar conhecimento, adicione coisas todo dia. Para alcançar sabedoria,
elimine coisas todo dia." (Lao Tsé)
Abraço
forte, extensivo aos seus familiares, ouvintes e leitores.
Josef Anton Daubmeier