A arqueóloga Niède Guidon foi sepultada na manhã desta quinta-feira (05/06) no jardim da casa onde morava, no bairro Campestre, em São Raimundo Nonato, Sul do Piauí. O sepultamento seguiu um desejo manifestado por ela ainda em vida. A cerimônia foi restrita a amigos próximos.
Niède morreu na madrugada de quarta-feira (04/06), aos 92 anos, vítima de um infarto. A despedida aconteceu no mesmo dia em que o Parque Nacional da Serra da Capivara, um dos maiores legados da cientista, completou 46 anos de criação — reforçando a ligação profunda entre a arqueóloga e o território que ela ajudou a projetar internacionalmente pela riqueza de sítios pré-históricos.
Reconhecida por sua atuação à frente das pesquisas na região do semiárido piauiense, Niède Guidon dedicou décadas à preservação da Serra da Capivara e à defesa do patrimônio arqueológico brasileiro.
A jornalista Adriana Abujamra, autora da biografia Niède Guidon: Uma Arqueóloga no Sertão, destaca que o impacto da cientista ultrapassou as fronteiras da ciência:
“Ela coloca o Brasil no mapa da ocupação das Américas, por mais controverso que isso tenha sido na época. Coloca o Piauí no mapa do Brasil, mostrando que um dos estados mais pobres tem essa riqueza imensa. E faz o mesmo com a caatinga, um bioma que muitos consideram terra arrasada, mas que ela mostrou ser extremamente resiliente”, pontua.
Nascida em Jaú (SP), Niède escolheu viver e trabalhar no sertão do Piauí, onde construiu sua trajetória como uma das principais referências da arqueologia nacional.


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