Por Breno Moreno
Foto: Arquivo Pessoal
Uma das crianças supostamente envenenada por uma vizinha em Parnaíba, morreu nesta quarta-feira (28) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) após a abertura do protocolo de morte encefálica na noite da última terça-feira (27). A outra vítima segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica.
Os dois irmãos foram internados inicialmente no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Parnaíba, e posteriormente transferidas para o HUT, com sinais de evenenamento. A suspeita é que uma vizinha, irritada pelo fato das crianças subirem em seu muro para pegar caju, tenha lhes oferecido uma sacola com frutos evenenados.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil do Piauí (PC-PI), que chegou a realizar uma perícia na casa da suspeita para coletar indícios do suposto crime. Identificada como Lucélia Maria da Conceição Silva, de 52 anos, ela foi presa preventivamente após sofrer uma tentativa de linchamento e ter a casa incendiada por populares.
A investigação
O caso é investigado pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis. De acordo com o juiz do Núcleo de Plantão/Parnaíba, Marcos Antonio Moura Mendes, há materialidade do crime de tentativa de homicídio pelos elementos encontrados pela investigação e o fato de a suspeita possuir histórico de agressão a crianças.
“Existem indícios de autoria (veneno encontrado na residência da indiciada; existência de cajueiro em frutificação no quintal da residência dela; histórico de agressões a crianças, segundo o relato de vizinhos) […] considerando-se o histórico relatado nos autos (lesão corporal com água quente em crianças, por exemplo). […] o risco de reiteração de crimes contra crianças impõe a conversão do flagrante em prisão preventiva”, diz trecho da decisão de domingo (25).
A mãe das crianças disse ao Cidadeverde.com que a suspeita entregou cajus para as crianças depois de ter se irritado que os meninos haviam subido no muro para pegar da árvore.
“Uma vez ele subiu no muro para pegar um caju, a vizinha viu e falou ‘Ulisses, desça daí que ela não é gente, ela vai tacar pedra na sua cabeça’,ai ele falou ‘Não tia, vai fazer nada não’. Ai ele voltou de novo, e quando voltou foi com a sacola de caju dizendo que ela tinha dado para ele a sacola. Nessa arrumação, ele saiu para o canto do muro da casa dela e comeu lá, ai quando voltou, já voltou escanteando ele e o irmão dele”, disse a mãe na sexta-feira (23).
No final da manhã desta quarta-feira (28), a delegada Ilana Barbosa, da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis de Parnaíba, divulgou uma nota condenando boatos e garantindo que a investigação está em curso.
Veja o que ela disse:
“A investigação, conduzida pela Polícia Civil, através desta unidade especializada, tramita de maneira sigilosa e com fatos ainda a serem apurados por sua equipe de investigadores e pela perícia criminal. Quaisquer informações sobre o ocorrido e seus atores serão fornecidas pela Autoridade Policial em momento oportuno, com a finalidade de não obstar o trabalho da polícia judiciária e antecipação de culpa.
Reiteramos, conforme nota postada em nossas redes sociais, que os elementos probatórios colhidos em sede de Delegacia substanciaram o pedido de busca e apreensão para o imóvel da suposta autora e, com a urgência que o caso demandava, foi concedido pelo Poder Judiciário. A prisão, efetuada pela Polícia Civil, decorreu de elementos encontrados no interior da residência, sendo homologada e decretada a prisão preventiva da suspeita pelo Poder Judiciário.
Reafirmamos à imprensa que nossa unidade policial estará sempre à disposição de seus profissionais, pois entendemos o trabalho sério e necessário do jornalismo, levando informações de interesse para toda a sociedade.
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