A Praia do Futuro é um dos destinos mais populares entre os habitantes de Fortaleza e os turistas que a visitam. Aqueles que contemplam o mar não têm ideia da intensa disputa que ocorre sob a superfície da água. De um lado, está em jogo o funcionamento da internet em todo o Brasil, e do outro, a asseguração do fornecimento de água para os moradores do Ceará.
O governo do Ceará apoia a construção de uma usina destinada a transformar água do mar em água potável. Enquanto isso, as empresas de telecomunicações estão preocupadas que essa infraestrutura possa resultar no rompimento dos cabos submarinos que fornecem acesso à internet.
Fortaleza tornou-se a primeira cidade brasileira a receber cabos de fibra ótica da Europa, proporcionando uma conexão de internet de alta velocidade. A conquista se deve à localização geográfica mais próxima da Europa, com distância de aproximadamente seis mil quilômetros. A partir de Fortaleza, esses cabos seguem em direção ao Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esses cabos são responsáveis por 99% do fluxo de dados. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destacou nessa quarta-feira (27) que é o Ceará, especialmente a cidade de Fortaleza, que assegura a interconexão do Brasil com o restante do mundo.
A Anatel alerta que, caso ocorra o rompimento dos cabos, isso resultaria em uma interrupção total ou parcial da conectividade à internet em todo o país. Como medida de precaução, a agência emitiu uma recomendação contrária à implementação do projeto da usina de dessalinização.
A medida interrompeu o progresso do projeto, e agora se estima que a conclusão da usina sofra um atraso de no mínimo seis meses. Inicialmente, a expectativa era que as operações da usina começassem em 2025.
Investimento de R$ 3,2 bilhões
A construção da usina de dessalinização é coordenada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). De acordo com o plano, essa usina tem a finalidade de aumentar em 12% o fornecimento de água na região metropolitana de Fortaleza.
O Consórcio Águas de Fortaleza venceu o edital para a execução do projeto, com um investimento estimado de aproximadamente R$ 3,2 bilhões.
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