BRASÍLIA — O 21º pedido de impeachment
contra a presidente Dilma Rousseff protocolado na Câmara este ano partiu de um
petista histórico: o jurista Hélio Bicudo, 93 anos, um dos fundadores do PT.
Cabe agora ao presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidir
se dará ou não prosseguimento à demanda.
A ideia surgiu de uma conversa que
Hélio teve com advogados logo após as manifestações de 16 de agosto. O pedido
foi formulado e, nesta terça-feira, a filha dele, Maria Lúcia Pereira Bicudo,
foi à Câmara para protocolar. O ex-petista não participou do ato porque passou
recentemente por um procedimento cirúrgico devido a um infarte e permanece em
casa, sob repouso. Maria Lúcia espera agora entregar simbolicamente o documento
a Cunha.
O pedido se baseia nas apurações do
Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do governo para alegar que
Dilma descumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), com as chamadas
“pedaladas” fiscais. E defende ainda que a presidente faltou com probidade por
causa de sua postura condescendente com os investigados na Lava-Jato.
“Houve uma maquiagem deliberadamente
orientada a passar para a nação (e também aos investidores internacionais) a
sensação de que o Brasil estaria economicamente saudável e, portanto, teria
condições de manter os programas em favor das classes mais vulneráveis”, diz o
texto assinado por Bicudo.
O pedido aponta que teria havido “dolo”
na omissão da presidente Dilma em responsabilizar seus subalternos diante das
denúncias de corrupção na Petrobras.
“Tudo indica ter a denunciada agido com
dolo, pois a reiteração dos fatos, sua magnitude e o comportamento adotado,
mesmo depois de avisada por várias fontes, não são compatíveis com mera
negligência”, diz.
O líder do PT na Câmara, Sibá Machado
(AC), minimizou. Para Sibá, o pedido vindo de um petista histórico não difere
tanto de outro de autoria da oposição, já que Hélio Bicudo rompeu com o partido
em 2005, em meio ao escândalo do mensalão.
– Nosso bom velhinho está querendo
participar do debate. Mas isso não preocupa, porque ele já estava rompido com o
PT há algum tempo.
Este foi o 21º pedido de impeachment
protocolado contra Dilma este ano. Desse total, nove já foram arquivados por
não cumprirem requisitos formais, segundo a diretoria-geral da Câmara.
O Globo.com
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