Após 33 dias sem comunicação por telefonia fixa (a mais segura, pois a telefonia móvel é tão móvel que o usuário necessita ficar correndo atras do sinal para agarrá-lo e conseguir balbuciar alguns códigos, para que o interlocutor, do outro lado da linha, exercite um quebra-cabeça no afã de adquirir uma mensagem inteligível), finalmente, com o apoio de amigos, que, para a proteção de suas imagens carecem do anonimato, já que fazer as coisas funcionarem, por aqui, provoca a ira de quem devia executar ações praticas na engrenagem simples de funcionamento da sociedade, a comunicação foi restabelecida em Barra Grande. Encravada entre duas potências do turismo internacional, o Ceará e o Maranhão, que têm total apoio de governantes que enxergam nessa indústria uma das mais ricas fontes de renda, emprego, cidadania e votos, está uma praia que tem posse de uma riqueza garimpada em todo o planeta - o vento, por turistas kitesurfistas europeus, americanos,asiáticos, africanos que desembarcam no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza-CE, com destino às suas praias famosas e, os, também, famosos, Lençóis Maranhenses. Por pura sorte desses turistas e dos heróis empreendedores do Piauí, quando aqueles desembarcam em Jericoacoara e se maravilham com o local e as condições de vento, têm a grata surpresa, informada por outros esportistas desinteressados, senão no bem estar do visitante, de que existe uma prainha PERFEITA para a prática do kitesurf. Vejam, só: os "gringos", como são chamados pelos habitantes do local, vêm, aos montes, primeiro, por acaso, depois, a exemplo de muitos que visitam o local há cinco anos seguidos, por plano de férias, exclusivo para nossa praia. A praia encravada entre as potências turísticas, hoje, é muito mais conhecida no exterior do que pelo piauiense. Exemplos temos pelos maiores jornais do planeta. Mesmo, sem um mínimo de estrutura e ações governamentais (faltam água, luz, abastecimento alimentício, segurança, banco, posto de saúde a contento, e, agora, telefonia.) a praia ganhou fama, apoiada em três pilares: 1- a divulgação boca-a-boca, que, incrivelmente ganhou o mundo; 2- a força e coragem de quem se arvora a ser empreendedor num local "inóspito" (uma vila de pescadores sem peixe?! Claro! Como armazenar o pescado, sem energia?); 3- a ação de amigos influentes, quando do socorro em situações como a da telefonia. Chegamos, mais uma vez ao fim de mais um ano, contra todas as expectativas de experiências passadas, mas com excelentes perspectivas e oportunidades de alçarmos o nome do nosso PIAUÍ a um local de destaque mundial, que não seja o de campeão do deboche nacional. Será realizada, em Barra Grande, por um grupo empresarial de São Paulo, uma das festas de Réveillon mais badaladas do país. Um grupo desses não aposta, nem investe, em algo que não promete ser um sucesso! Só nós, piauienses, passamos anos, após, anos, sem acreditar no que é visível aos olhos de quem é de fora. Barra Grande agradece a quem enxerga por nós”.
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*Ariosto Ibiapina, médico, dono da Pousada BGK, em Barra Grande e um dos grandes incentivadores do turismo e da preservação do meio ambiente.
Fonte: Portal AZ
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