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Vicente de Paula Araújo Silva “Potência” |
A Villa de São João da Parnahiba, foi criada em 1761, e diferentes das outras vilas , ela e Valença do Piauy, deixaram de cumprir a ordem real para instalação das mesmas nas sedes das freguesias. João Pereira Caldas, governador da Província de São José do Piauy, em 18 de agosto de 1762, na Igreja Matriz da freguesia de Nossa Senhora do Carmo da Piracuruca, presidiu reunião com moradores da região, para tratar da instalação da sede da Vila , sob o comprometimento dos presentes, em construir casas de moradas no local, num prazo de um ano. Assinaram o documento, o Vigário da Igreja Matriz, e pessoas influentes da Freguesia.
Mas, já naquele momento, os ricos fazendeiros Diogo Alves Ferreira (Diogo Álvares Ferreira de Véras) e José Lopes da Cruz , residentes em Frecheiras e Burití dos Lopes, respectivamente, comandaram o movimento para que a sede e as casas, fossem construídas no lugar “Cítio dos Barcos”, na beira do Igaraçu, onde havia florescido em 1711, a Villa Nova da Parnahiba, também conhecida como Villa de Nossa Senhora de Monserrathe da Parnahiba.
Havia a previsão e outros interesses, de que sendo a sede da vila no litoral, o local seria o arraial Testa Branca. Entretanto, a realidade, é que o Sítio dos Barcos(atual Porto das Barcas), era um porto mais seguro, e já existia uma pequena infra-estrutura, contendo 05 oficinas de beneficiamento de carne e courama bovina, bem como, a antiga igrejinha de Monserrathe, onde, na época, era venerada Nossa Senhora de Nazareth, santa de devoção da influente família Abreu Bacellar, estabelecida na região.
Para a verificação das proposições, foi enviado ao litoral, Manoel Francisco Ribeiro - Escrivão das Missões e Deligências- que ignorando o Testa Branca, prestou informações apenas da existência do “Cítio dos Barcos”, onde além dos prédios mencionados, haviam duas casas habitadas pelos cidadãos José Pinheiro e Apolinário Godinho , bem como, outra de Luiz Carlos Pereira de Abreu Bacellar, em que residiam alguns escravos. Esse, fato foi atestado pelo próprio emissário do Governador da Província, através de documento assinado em 12/10/1762, na capital , Oeiras do Piauy,
Antes, em 26 de agosto de 1762, dentro dos procedimentos legais para a instalação da Villa, foram empossadas as primeiras autoridades e membros do Senado da Câmara, assim constituídas :
- Juiz Ordinário e dos Órfãos, e Capitão-Mor das Ordenanças
Diogo Alves Ferreira (Diogo Álvares Ferreira de Veras)
- Vereadores
José da Costa Oliveira e Domingos Alves Barroso
- Procurador-Tesoureiro
Manuel de Sousa Guimarães
- Sargento-Mor
João Lopes Castelo Branco (filho de José Lopes da Cruz)
Posteriormente, após, algumas disputas políticas, já no governo de Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, prevaleceu a influência das famílias “ Véras” e “Lopes Castelo Branco”, consolidando-se o atual Porto das Barcas, como a sede legal, onde prosperou a Villa de São João da Parnahiba, hoje a cidade da Parnaíba, originária, em termos de existência, da Villa Nova da Parnahiba, surgida sob a égide de Nossa Senhora de Monserrathe, posteriormente adotada por Nossa Senhora de Nazareth, e hoje abençoada por Nossa Senhora Mãe da Divina Graça.
Outrossim, é importante salientar que a data 26/08/1762, foi efetivamente a data em que Parnaíba, iniciou suas atividades legislativa e administrativa, independente da Igreja Católica, passando a vivenciar legalmente a condição política de Villa de São João da Parnahiba.
Parnaíba, é o município brasileiro que contempla através de Lei Municipal, três datas magnas de sua existência , e neste ano está comemorando a sua história de “300 anos de Villa Nova da Parnahiba” , 249 anos de “Villa de São João da Parnahiba”, e 167 anos de “Cidade da Parnaíba” .
Phb, 18/08/2011-Vic.-
Da Série : Estórias a Respeito da História da Parnaíba