A peixe-boi-marinho fêmea Pintada, que estava desaparecida desde a última quarta-feira (1°) no Ceará, foi localizada e resgatada na tarde desta segunda-feira (06) na Praia de Pedra do Sal, no município de Parnaíba, no litoral do Piauí. Ela havia sido avistada por surfistas pela última vez nas proximidades de Jericoacoara, no litoral Cearense.
Em entrevista ao Meionorte.com, Camila Carvalho, técnica de monitoramento da ONG Aquasis, que acompanha o animal desde 2015, explicou que Pintada, que pesa entre 300 a 350 quilos, foi vista por pescadores na tarde de hoje, que os acionaram. O peixe-boi-marinho é uma espécie ameaçada de extinção e rara no Ceará.
“Foi o pessoal da comunidade na Praia Pedra do Sal que nos acionou. A equipe veio para cá e conseguimos a capturar com a ajuda da comunidade, para colocar o equipamento nela de novo e soltarmos em outro lugar. Ela estava com o cinto, mas perdeu o transmissor”, disse Camila.
Pintada tem algumas características que ajudaram em sua identificação, como o número 3 marcado nas costas e o cinto de borracha preso à sua cauda. Em janeiro deste ano, Pintada foi devolvida à natureza e possuía um transmissor de sinal que permitia a sua localização. Em 26 de janeiro, contudo, o peixe-boi perdeu o aparelho.
Além da Aquasis, a Comissão Ilha Ativa e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) participaram do resgate. De acordo com Matheus Silva, biólogo da Apa Delta Do Parnaíba, o animal está bem e com apenas algumas marcas pelo corpo, possivelmente em decorrências das pedras da região. Pintada foi removida por um veículo e será levada para o ser solta em Bitupitá, no Ceará.
“Ela passou o dia inteiro aqui na parte mansa do mar e hoje a gente fez a captura dela aqui. Pescadores a avistaram. Ela está bem, só cansada. Gera todo o estresse no animal, mas está tudo bem, tranquila, com marcas pelo corpo que pode ser as pedras da região. Vai ser solta em Bitupitá- CE, na região da chapada”, destacou o biólogo.
O monitoramento nos primeiros meses do retorno à natureza desses animais é fundamental para acompanhar o descolamento do animal, para saber as áreas que ele utiliza e, principalmente, se está conseguindo se alimentar e interagir com outros bichos nativos.
Fonte: MN