Primeiro colocado nas pesquisas desde que a campanha eleitoral começou, Wellington Dias comprovou favoritismo e garantiu mais um mandato de governador do Piauí. Com isso, torna-se o primeiro político a ser eleito quatro vezes para comandar o Estado.
Wellington Dias (Foto: Lucas Sousa/Portal AZ)
Na eleição deste ano, o governador foi reeleito com cerca de 960 mil votos (55,5%) contra os 1.053.342 votos (63,08%) obtidos quatro anos antes. Isso significa que o governador petista perdeu para ele mesmo.
A última pesquisa do Instituto Data AZ, divulgada às vésperas do pleito eleitora (dia 04 de outubro) apontou vitória do petista no 1° turno por uma margem de 2,42% sobre a soma das intenções de voto de todos os demais candidatos. No levantamento Wellington contou com 51,21% dos votos válidos contra 48,79% dos outros concorrentes.
O petista conquistou o pleito mesmo diante do desgaste de imagem causado pelas acusações graves dissipadas pela oposição e por operações policiais direcionadas à investigação de crimes supostamente cometidos por pessoas ligadas a secretarias estaduais.
Empréstimo
O governo enfrentou questionamentos acerca do empréstimo milionário realizado com a Caixa Econômica Federal. A segunda parcela do valor (R$ 315 milhões) só foi liberada em junho deste ano, cinco meses depois do previsto.
Deputados estaduais oposicionistas acusaram Wellington de usar o dinheiro para garantir sua reeleição. Depois da pressão parlamentar, o Tribunal de Contas analisou os relatórios de obras onde os R$ 315 milhões seriam aplicados; o órgão, ao constatar, inicialmente, irregularidades nos documentos, pediu a suspensão da liberação da quantia.
Operações
Logo depois da polêmica do empréstimo, o governador teve que dar explicações, já durante a corrida eleitoral, sobre a "Operação Topique”. A ação, desenvolvida no dia 02 de agosto deste ano pela Polícia Federal, desarticulou uma organização criminosa responsável por fraudes em licitações e desvio de recursos públicos destinados à prestação de serviços de transporte escolar ao Governo do Estado e Prefeituras Municipais nos Estados do Piauí e Maranhão, custeados pelos recursos do Programa de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB).
Na oportunidade, foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva, 9 mandados de prisão temporária e 40 mandados de busca e apreensão, nos municípios Teresina/PI, São João da Serra/PI, Olho D’Água do Piauí/PI e Coelho Neto/MA. A deflagração contou com a participação de 170 policiais federais e de 9 auditores da Controladoria Geral da União.
A imagem do petista ficou ainda mais arranhada depois da “Operação Itaorna”, que investigou as Secretaria de Turismo, a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI), a Coordenadorias de Desenvolvimento Social e Lazer e a Coordenadoria de Combate à Pobreza Rural.
Realizada no dia 12 do mês passado, a operação visou coibir a prática de fraudes em licitações. Na ocasião foram cumpridos vários mandados de busca e apreensão, tanto nas secretarias, como na construtora Crescer e em residência de sócios.
Contra-ataque
Wellington, com o apoio da base, se defendia das críticas usando, por exemplo, o fato de ter conseguido manter ao pagamento dos servidores públicos do Estado em dia.
Outro ponto positivo bem difundido pelo governo petista foi a redução no índice de analfabetismo, em 0,6% (entre 2016 e 2017), em todo o Piauí. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no mês de maio deste ano.
A repercussão massiva dos fatos negativos parece ter refletido nas urnas. Dias teve índice de rejeição considerável: 29,36%; a reprovação do governador foi duas vezes maior que a soma de dois principais adversários: Luciano Nunes (6,96%) e Dr. Pessoa (6,56%), como mostrou a última pesquisa Data AZ.
A vice
Dias terá ao lado agora, na vice-governadoria, a petista histórica e companheira sindical Regina Sousa, que abdicou da reeleição ao Senado. Ela assumirá a vaga no lugar de Margarete Coelho, Progressista que conquistou uma vaga na Câmara Federal.
A mudança foi imposta pelo diretório estadual do Partido dos Trabalhadores, depois de muito confronto com aliados governistas, principalmente com o MDB, que pretendia indicar Themístocles Filho à vice. A legenda foi agraciada com a última vaga ao Senado do bloco Karnakiano, cedida a Marcelo Castro, que, aliás, não conseguiu se eleger.
A alocação de Regina na vice-governadoria repercutiu negativamente também fora da base governista. Depois da troca, os oposicionistas acusaram o PT de elaborar um projeto de “perpetuação” no poder. Nos bastidores, alguns afirmam que Wellington passaria o bastão para Regina antes de concluir seu quarto mandato.
Wellington Dias cumprirá seu quarto mandato como Governador do Estado do Piauí. Ele havia voltado ao comando do Palácio do Karnak em 2014, depois de representar o estado no Senado. A primeira experiência do petista como chefe do executivo estadual ocorreu em 2003; depois de quatro anos, foi reeleito e conquistou o direito de permanecer no posto até 2010.
O governador também teve menos votos em relação à soma dos votos obtidos pelos candidatos a deputado estadual em sua aliança.
A coligação feita pela eleger deputados estaduais, reunindo nove partidos obteve cerca de 1,320 milhão votos - 74,15% dos votos para a Assembleia.
Ele ficou com cerca de 360 mil votos a menos que os obtidos pelos candidatos a deputado estadual dos partidos que formam a aliança para a Assembleia: PT, MDB, PP, PR, PDT, PSB, PCdoB, PTB e PRTB.
Fonte: Portal AZ