Praias do Piauí evoluíu com o kitesurfe; A beleza de lindas praias da região ganhou realce de um colorido diferente de atletas e pipas. O turismo de algumas localidades deu salto com este esporte. Hoje falamos do desenvolvimento de Barra Grande, no Piauí.
Há pouco mais dez anos uma vila de pescadores no Piauí começava a despontar como “secret point” para praticantes do esporte que mais cresce pelo litoral nordestino, o Kitesurf. Naquela época, a vila simples de pescadores, chamada Barra Grande, um lugarejo localizado no município de Cajueiro da Praia, a 66km do Delta do Parnaíba, vivia prioritariamente da pesca. Para aquela comunidade, futuro e presente pareciam pairar no mesmo tempo, sem expectativas de crescimento ou de novos caminhos a trilhar.
Foi então que um piauiense, médico e empreendedor, que ja tinha casa naquela praia há muitos anos, percebeu como aquele lugar era perfeito para a prática do kitesurf e que o esporte poderia ser a mola propulsora para gerar crescimento sustentável através do turismo que soma experiência e esporte. Ariosto Ibiapina é hoje kitesurfista e dono da BGK, pousada e escola de kitesurf com a melhor e mais bem capacitada infraestrutura de Barra Grande. O lugar é perfeito para entrar e sair do mar com suporte e conforto. Tanto que recebe velejadores franceses, alemães, italianos, americanos, poloneses, russos, espanhóis, argentinos, dentre outros que não param de chegar. Montou uma escola que forma professores nativos, com credenciamento nacional e internacional, aptos a viverem do esporte e até darem aulas, inclusive, em outros países.
E o mais importante, ele atua ajudando a comunidade a ampliar sua percepção de valor por compreender que a conexão entre esporte e turismo só cresce de forma sustentável se for bem cuidada em todas as suas esferas.
“A pousada surgiu para amantes do esporte e da natureza, em ambiente integrado com a região. Barra Grande é um vilarejo de pescadores e preserva a identidade do destino. Cada detalhe da estrutura foi pensado com olhos voltados para a harmonia com o local. Nossa expectativa de visitantes, em 2018, é crescente, por conta da visibilidade nacional e internacional”, nos explica ele.
Basta um rápido tour pela região e percebe-se nitidamente o impacto positivo que o esporte gera: a demanda pelo destino é maior a cada dia e há mais vagas de emprego; o Sebrae também está mais próximo, ajudando a comunidade com capacitação; o comércio da região cresceu, os alimentos e materiais da região estão sendo valorizados. As praias estão sendo bem cuidadas, com iniciativas mobilizando turistas e moradores por praias mais limpas.
E o kite também trouxe novos sonhos, com crianças e adolescentes sendo atendidos pelo Projeto Vivo Kitesurf, uma ONG que tem no esporte sua ferramenta motriz para inclusão social através de aulas de kite, capacitação em outros idiomas, concerto de equipamentos e no despertar de talentos. Adolescentes do projeto ja se destacam em campeonatos internacionais e buscam mais patrocinadores e parceiros para que possam ir mais longe.
Por lá encontramos ainda pessoas que trocaram Jericoacoara, no Ceará, por Barra por entenderem que por aqui precisamos cuidar melhor dos nossos paraísos. E isso nos leva às nossas próximas pautas, o Diário do Nordeste está mapeando como o Kitesurf vem impactando praias, lugarejos e comunidades cearenses, lugares aplaudidos e reverenciados por praticantes, atletas e os melhores kitesurfistas do mundo como sendo a região mais perfeita do planeta para a prática do esporte. Importante ainda destacar que o Ceará é o maior receptor de kitesurfistas dentro da chamada Rota das Emoções, que envolve Ceará, Piauí e Maranhão, sendo a nossa costa a mais vasta e propícia a maior permanência. É tempo de descobrir como estamos cuidando das nossas praias, da nossa gente e dos talentos que o kite tem gentilmente nos convidado a perceber melhor.
Por Zarhi El Malek/Diário do Nordeste | Jornal da Parnaíba
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