Prof. Dr. Geraldo Filho – UFDPar (24/02/24)
Há poucos dias assisti ao excelente filme-documentário “Einstein e a Bomba!”, disponível na Netflix, e recomendo a todos que venham a ler este artigo, não só pela qualidade técnica e de conteúdo histórico da obra, mas pelas possibilidades de reflexão profunda sobre a atualidade que ela permite, e essas possibilidades são várias! Aqui me referirei a algumas delas, que remetem ao Brasil e à cidade de Parnaíba.
Numa cena, Albert Einstein refletia sobre o que acontecia com a Alemanha nos anos 30 (séc. XX), quando o nazismo de Adolf Hitler avançava célere para dominar o Estado germânico, concluindo que: “Uma doença psíquica tomou de conta da maioria do povo alemão!” É claro que ele não alegava um diagnóstico psiquiátrico, mas o fato de que um povo culto, arrasado pelas feridas da 1ª Guerra Mundial (em boa parte agravadas pelas pesadas sanções econômicas e militares impostas pelos vencedores à sociedade alemã), facilmente se deixou hipnotizar pelas palavras ilusórias de um psicopata maligno, que usou a fragilidade emocional daquelas multidões favoravelmente a seu projeto pessoal de poder.
Em seguida, ele constatou que a massa de apoio do partido nazista (militantes, portanto filiados ao partido), em geral era constituída de gente da pior espécie, de criminosos a pessoas nas diversas camadas sociais com vidas frustradas, que perceberam no nazismo oportunidade para extravasar ódios e mágoas com o mundo, encontrando prazer em perseguir, humilhar, maltratar e aniquilar sem piedade milhões de seres humanos. No mundo acadêmico, cito o exemplo de Martin Heidegger, festejado por uma filosofia sem pé nem cabeça, que ninguém entende (existencialismo), a não ser que é egocentrismo (egoísmo) puro, mas que jamais chegaria a reitor de uma universidade alemã, como filiado ao partido assumiu prestigioso cargo com a ascensão dos nazistas (perseguiu e expulsou professores judeus na Universidade de Friburgo).
Olhando para o Brasil, fico estarrecido como o povo brasileiro não consegue identificar um psicopata maligno travestido de líder político! Como Albert Einstein, penso que o povo brasileiro padece de grave distúrbio psíquico, pelo menos significativa parcela da população! O povo alemão talvez possa justificar o surto mental dos anos 30 pelas sequelas da 1ª Guerra; e sua forte tradição cultural parece ter restringido aquela experiência política horrorosa aquele período, pois ela não mais se repetiu. Porém, o povo brasileiro, sem ter justificativas para explicar o porquê de não conseguir enxergar psicopatas políticos, a não ser sua própria ignorância cultural e literária, deixa se subjugar década após década, eleição após eleição, aos desvarios e desmandos de projetos pessoais de poder, executados mediante partidos políticos.
O desconhecimento da história do povo judeu, pelo menos aquilo de elementar que está na Bíblia, denota a falta de conhecimento do mundo Ocidental, do qual o Brasil geograficamente e como civilização faz parte! O judaísmo do Velho e do Novo Testamento é um dos pilares formadores do nosso mundo, conhecido como a tradição religiosa judaico-cristã. Milhões de humanos espalhados pelo planeta têm suas construções mentais impregnadas pelos valores judaico-cristãos, atacar esse povo, portador na origem destes valores, os acusando de genocídio, quando ele é que foi vítima desse crime hediondo perpetrado pela Alemanha de Adolf Hitler, desqualifica o presidente do Brasil atual para o exercício do cargo! Ou é um psicopata maligno, cuja única qualidade é a capacidade de iludir massas ignorantes e corromper intelectualmente a quem, em tese, teria capacidade para ver quem ele de fato é (professores universitários); ou é um demente desvairado, no qual a ambição pessoal projeta sonhos megalomaníacos, mas a senilidade e a incultura impõem limites intransponíveis!
Albert Einstein era judeu-alemão (nasceu na Alemanha), no filme ele diz: “Sou judeu, não creio na fé judaica (na religião), mas faço parte do povo judeu, e sofro com meus irmãos sendo atacados na Alemanha!” Ele foi demitido da universidade, teve seu dinheiro e bens confiscados pelos nazistas, se exilou na Inglaterra e depois nos Estados Unidos.
Gostaria de destacar o sentimento de pertencimento e conservação que a civilização e a religião judaicas transmitem a seus membros, mesmo aos seculares (não religiosos, como Albert Einstein). Todo judeu, independente do país onde nasça também é judeu! São laços de identificação civilizatória milenares, baseados na perpetuação das tradições de um povo.
Olhando para Parnaíba, assisto ao inicio da disputa eleitoral para a prefeitura em 2024. O que me inspira é o sentimento de pertencimento e conservação, Simone Weil chamaria “enraizamento”. Sociólogo experiente não confio em pesquisas de opinião, em geral mal feitas; e nem confio em entrevistas de pesquisa, pois as pessoas mentem sobre si ou respondem de má vontade (querem se livrar do chato do pesquisador que atrapalha seus afazeres cotidianos!). Assim, resta observar e escutar a espontaneidade das ruas. Ouço em alguns locais que Parnaíba é uma “maquiagem” e que a cidade vai mal! Sem a pessoa perceber a sugestiono para que fale mais, aí sai a cantilena de militante ou de alguém que foi treinado ou pago para repetir clichês (frases feitas!). Por outro lado, em outros locais há um consenso obvio que a cidade vai bem, e quem suceder o Senador Francisco Moraes Souza (Mão Santa) deve dar continuidade ao atual e exitoso modelo administrativo.
O modelo de gestão de Parnaíba nos últimos oito anos é aprovado pela sensação subjetiva das pessoas, que em geral, com exceção dos casos citados acima, afirma que a cidade está muito melhor de se viver do que antes, e citam, por exemplo, a atração de investimentos, com a abertura de novas empresas e vagas de emprego. Isso é uma realidade, a olhos vistos!
Quem vai fazer oposição ao modelo administrativo comandado pelo Senador Mão Santa minimamente tem de ser coerente e honesto e dizer que quer concorrer porque é de um grupo político diferente do grupo do Senador e que por isso almeja o poder da Prefeitura Municipal, mas alegar que tem projeto de gestão diferente, baseado em critérios de eficiência e eficácia, é mera demagogia.
A cantilena militante faz barulho quando ocorrem alagamentos depois de fortes chuvas, faltam alguns remédios aqui e ali num posto de saúde ou às vezes surge um problema com a merenda em alguma escola. Até o carnaval ouvi de um partidário da oposição à prefeitura que é “maquiagem”! O problema é: a não ser que o parnaibano seja um idiota desinformado, basta consultar as redes sociais e verá que Parnaíba tem, proporcionalmente, os mesmos problemas de uma cidade como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza ou Recife, em relação a alagamentos, remédios, merenda e... pasmem, até o carnaval (que não é um problema), lá também é organizado pelas prefeituras locais (Será que por lá é maquiagem?!).
Por alguns meses assisti a um grupo político de oposição erguer a bandeira da “esperança” como mudança! Não sei quem inventou essa denominação para o tal grupo e não é problema meu, mas só se tem esperança diante de uma situação vexatória, calamitosa na qual há grandes dificuldades e sofrimento! Bom, pode ser também a esperança de vencer as eleições, sabe se lá! No entanto, nem de longe Parnaíba passa por situações desastrosas que venham a justificar o nome.
Portanto, preservar e conservar o que se conquistou, fortalecendo os laços de pertencimento à cidade e marchar daí em diante! Essa deve ser a orientação de todo grupo político que aspire o governo de Parnaíba, como continuidade ou como oposição. Não queiram reproduzir o modelo de um psicopata maligno, hipnotizador de igoranntes!