Análise: Parnahyba mostra brio em eliminação e sucesso no Piauiense passa pela presença do torcedor
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Torcida do Parnahyba — Foto: Walter Fontenele |
Tubarão mostrou que pode ser competitivo e que, com o apoio de seu torcedor, pode sonhar com as finais do estadual
No mundo da bola há (poucos) jargões que venceram o teste do tempo e se provaram tão verdadeiros quanto clichês. Desde "não há justiça no futebol", passando por "jogo é jogo, treino é treino", a cultura do esporte é construída sobre pilares inabaláveis de carisma e sabedoria popular.
Nesta quarta-feira, o duelo entre Parnahyba e Botafogo-SP, pela primeira fase da Copa do Brasil, nos lembrou de mais um destes dizeres repetidos a exaustão nas arquibancadas de todos os cantos: "a torcida carregou o time nas costas".
Estádio lotado para Parnahyba x Botafogo-SP, pela Copa do Brasil 2023 — Foto: Pablo Cavalcante / ge
Abarrotados, disputando cada palmo de espaço de um Pedro Alelaf vivo e pulsante, os torcedores azulinos fizeram do Piscinão um território hostil para um Botafogo-SP que, mesmo quando esteve melhor em campo, nunca se sentiu completamente confortável no jogo.
Em uma temporada onde a maior regularidade no litoral é não vencer (o único resultado positivo conquistado até aqui foi ainda na primeira rodada do Campeonato Piauiense), o torcedor parnaibano entendeu o papel que teria nessa noite e armado de fé cega (faca amolada) assumiu o protagonismo de uma equipe até então vacilante e sem confiança.
A não classificação para a segunda fase da competição, após o empate em 0 a 0, leva ao elenco azulino o alento de que, quando performa o seu melhor futebol e tem o apoio incondicional do seu torcedor, o Tubarão é um confronto indigesto para qualquer um que se atreva a desafia-lo sob seus domínios.
O equipe mostrou que, taticamente organizada, é capaz de suplantar a falta de criatividade ofensiva por imposição territorial, marcação pressão e disposição.
Botafogo-SP x Parnahyba, Copa do Brasil — Foto: Luiz Cosenzo/Agência Botafogo
Há carências evidentes no elenco e a chegada de reforços que deem mais qualidade ao setor de criação é emergencial para a disputa da Série D do Brasileirão.
No Campeonato Piauiense, a briga por uma vaga nas semifinais parece uma missão acessível, apesar de hoje estar apenas um ponto a frente do Corisabbá, quinto colocado e primeiro time fora da zona de classificação.
Pressionado no cargo, o técnico Pedro Manta deixou o estádio aplaudido pelos seus adeptos e, aparentemente, ao menos por enquanto, ganha respaldo para o restante do estadual.
Pelo menos até o resultado do jogo contra o River-PI, neste sábado, quando um resultado adverso pode ser catastrófico para o treinador e uma outra máxima do futebol, essa não tão verdadeira, mas bastante recorrente, pode dar as caras nas conversas de botequim de Parnaíba: "na crise, a culpa é sempre do treinador".
Fonte: GE-Pi