O PT está desesperado e apelando para várias mentiras. Em uma delas, pegou uma declaração de Arminio Fraga sobre o salário mínimo e a tirou de contexto, para tentar colar em Aécio Neves a pecha de inimigo dos pobres.
Quem acompanha o blog há tempo saberá que não morro de amores pelo salário mínimo. Ele é fruto de uma boa intenção – aumentar o salário dos mais pobres – mas ignora a realidade econômica muitas vezes. Ninguém pode ficar feliz com o baixo salário do trabalhador brasileiro, mas é ingenuidade crer que para aumentá-lo basta decreto estatal.
Fosse assim, não haveria mais pobreza no mundo. Infelizmente, a realidade é mais complexa, e o salário depende da lei de oferta e procura, da produtividade do trabalhador. Não é por ter sindicatos fortes ou governos de esquerda que os americanos ganham cinco vezes mais que os brasileiros, na média. Até porque temos sindicatos mais fortes e governos mais à esquerda.
Os países escandinavos sequer possuem salário mínimo! No entanto, o salário é mais alto, pois a produtividade é maior. Se o governo simplesmente colocar o salário mínimo acima do preço de mercado, vai gerar desemprego ou informalidade. O Brasil tem tanto trabalhador informal não é por acaso.
Dito isso – e é sempre bom explicar melhor as coisas quando o PT tenta monopolizar as boas intenções – vale notar que o salário mínimo subiu mais no governo FHC do que no governo Dilma. Circula pelas redes sociais uma comparação em valores nominais, o que só pode ser fruto de desonestidade intelectual, pois ignora a inflação no período, que é muito alta – especialmente durante o governo Dilma.
O certo é comparar os valores reais, como o Ipeadata faz. E quando fazemos isso, percebemos que o salário mínimo se valorizou 4,5% ao ano durante o período FHC, e apenas 2,5% ao ano na gestão de Dilma. É verdade que a valorização maior se deu durante o governo Lula, mas o governo Dilma é diferente, não? Eis o resultado:
Fonte: Ipeadata
Ou seja, Dilma entregou o pior resultado dos três, de longe. A política de aumento do salário mínimo, que o PT defende com tanto alarde sem sequer levar em conta seus efeitos negativos nas contas públicas (aposentadorias indexadas) ou na informalidade, foi a pior possível durante o governo Dilma. Mesmo usando seus próprios critérios como parâmetro, Dilma sai derrotada para FHC, de goleada.
E vale lembrar que não é FHC quem está disputando o cargo com ela, e sim Aécio Neves, que tem focado no presente e, principalmente, no futuro. Dilma está presa no passado, mas vemos que o verdadeiro fantasma é seu presente mesmo, pois a presidente não tem nada de positivo para mostrar ao eleitor pobre. Em seu governo, a economia parou, a inflação disparou e o salário ficou estagnado.
Rodrigo Constantino