Há aqueles que lutam um dia; e por isso são bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis.
Prezadas companheiras e companheiros - alunas, alunos, Professora Tânia Serra Azul e Professor Roberto Kennedy Franco:
Gostaria muito de abraçá-los nesse momento, mas não sendo possível faço jus ao direito como cidadã e ao dever ético como pessoa e profissional da educação de expor a minha posição sobre os fatos que têm ocorrido em Parnaíba/PI, nos últimos dias, envolvendo direta ou indiretamente todos os membros do GEMPI, especialmente, o Prof. Roberto Kennedy e a Prof.ª Tânia.
Quero reafirmar a minha solidariedade e o mais profundo respeito que tenho por cada um de vocês, dedicando-lhes a mensagem acima, do poeta e dramaturgo marxista alemão Bertold Brecht, por terem assumido o compromisso de manter vivas e latentes as causas defendidas pelo marxismo como concepção de mundo que questiona e combate todas as condições sociais que fazem do ser humano um ser escravo, miserável, mutilado, oprimido, explorado, alienado; e por continuarem acreditando, ousada e corajosamente, na possibilidade da construção de um mundo melhor, mais justo e menos desumano para os menos favorecidos economicamente. Para isso, não recorrerei ao anonimato, nem usarei de qualquer outra estratégia sorrateira ou covarde para dizer o que penso de forma franca e sincera.
Para começar cito um pequeno trecho de uma música que diz que “(...) paz sem voz não é paz é medo. Às vezes em falo com a vida, às vezes é ela quem diz qual a paz que eu não quero conservar para tentar ser feliz.” Essa canção faz uma reflexão sobre a paz (imposta e silenciada pelo medo) e o sossego (uma apatia disfarçada), e nos mostra de que modo temos vivido na sociedade atual, e de como o despertar crítico da consciência pode fazer com que saiamos desse estado de apatia e acomodação a que nos submetemos, muitas vezes, sem refletir, sem pensar, apenas aceitando a realidade como nos é dada, sem percebemos que sem o direito à voz a paz resulta em medo, em falso “sossego”, porque as mazelas sociais aumentam a cada dia sem cessar, ameaçando a paz, a tolerância, o respeito pela pessoa humana. Como pensar em paz sem voz diante dessa realidade?
Tal música me faz relembrar, ainda, quando professora na UFPI durante o período de set/2006 a dez/2011, como percebia a realidade de grande parte dos estudantes, em termos de ação política e de militância estudantil: era marcada pela desmotivação, desânimo, desmobilização e ausência de organização social, centrados basicamente nas aulas, nas disciplinas ministradas e no próprio curso. Tudo em “paz” e no “sossego”, mas a que preço? O silêncio comedido e a fala contida em respeito a quê ou a quem? E por que a decisão de mudar essa realidade?
Como professores universitários, lidando com alunos em processo de formação cognitiva, afetiva, física, emocional, intelectual, é inevitável e totalmente admissível que compartilhemos nossas convicções, valores e pontos de vista como mediadores do conhecimento, por sermos formadores de opinião e porque temos a obrigação e o dever de nos contrapor à visão estereotipada, deturpada e alienada da realidade que os alunos demonstram ao adentrar na instituição. Em função disto, suscitar a visão crítica de mundo, sociedade, homem, educação, escola, bem como ressaltar a importância de aprenderem a desenvolver um pensamento autônomo e reflexivo, e de aprenderem a conviver e a respeitar as diferenças teóricas e ideológicas as mais diversas, sem deixar de tomar posição frente ao contexto social vigente, é mais do que uma tarefa educativa e pedagógica que devemos assumir com compromisso e dedicação, é um importante papel social que cumprimos como agentes formadores de pessoas para a convivência em sociedade com base na tolerância e no respeito recíproco, sabendo claramente que a verdade pronta, dada à priori como acabada, simplesmente não existe. É puro discurso alienante e alienador!
O nosso trabalho e a nossa preocupação, como professores e intelectuais transformadores deve se direcionar para a orientação e não para o controle e jugo, devendo ajudar os alunos a vencerem a ignorância e a cegueira intelectual, a mera noção de senso comum sobre o mundo real, “para que aprendam a pensar por si próprios”, como defendia o filósofo alemão Immanuel Kant e conforme costumo completar tal pensamento dizendo aos alunos que “quem não pensa por si próprio é pensado pelos outros”. Eis um grande desafio que temos a enfrentar cotidianamente na vida acadêmica: fazer com que os alunos compreendam que a melhor maneira de não se deixarem manipular por qualquer pessoa ou opinião, teoria ou ideologia é fazendo uma profunda reflexão crítica sobre os fatos e situações, e só então devem formular suas próprias visões e pontos de vistas de forma livre, autônoma e consciente.
Creio, dessa forma, que as atividades que vinha desenvolvendo na UFPI, junto com outras professoras que lá continuam, sempre caminharam nessa direção. Mas a chegada da Prof.ª Tânia na UFPI e do Prof. Kennedy na UESPI foi muito bem vinda, sobretudo, nos cursos de Pedagogia e História, respectivamente, aglutinando força a esse trabalho educativo que começava a surtir efeito entre os alunos. Sem dúvida, ambos deram um novo ânimo às atividades acadêmicas de caráter mais crítico e emancipatório. Além disso, é muito profícua a contribuição que têm dado no sentido de reanimar a juventude parnaibana na universidade, fazendo com que a apatia e a desmobilização passassem a ser substituídas, gradativamente, pela ação concreta e pela organização política e social.
Com isso, aqueles que detinham a atenção do alunado, os professores “prediletos” foram perdendo espaço; talvez, penso eu, porque os alunos tiveram mais condição objetiva para discernir e comparar posturas e o nível e grau de conhecimentos e de capacidade de cada professor para atuar no contexto da vida acadêmica. Acredito que isso foi decisivo para a formação de opinião sobre o que os professores que já estavam na instituição, tentando impor suas ideias e crenças falseadoras e dissimuladas da realidade social, e os que chegaram com nova mentalidade sobre o que é como deve ser de fato a universidade como instância formadora de profissionais para o mundo do trabalho e para a vida social.
Os alunos passaram, então, a conhecer mais de perto o pensamento e os ideais marxistas por meio de estudos e discussões sistemáticas, agindo como qualquer grupo de estudo deve agir dentro da universidade. Isso, é bom que se diga, é fato comum em toda universidade brasileira: professores e alunos formarem grupos de estudos para aprofundamento teórico-científico de temáticas pertinentes e de interesse da comunidade acadêmica. Não esqueçamos também que o marxismo está muito longe de se constituir numa concepção de mundo ultrapassada. E muito menos proibida de ser estudada, ainda mais no espaço da universidade! Pensar desse modo é puro medievalismo regado à saudade da Santa Inquisição! Enganam-se os que fazem essa afirmação ou pensam desse modo, embora saiba que é muito provável que isso seja fruto de grande desconhecimento e desinformação sobre o que realmente é e como funciona a universidade hoje como espaço de múltiplas e diversas leituras e debates, independente de serem de cunho reacionário ou progressista! E mais: qualquer intelectual, qualquer pensador ou teórico de bom senso jamais descarta o estudo do marxismo como fonte legítima de conhecimento filosófico, histórico, da economia política e educacional. Nessas áreas, o marxismo é referência fundamental para se situar diante do mundo e da ordem social vigente.
É até compreensível e aceitável que estudar o marxismo fosse algo impensável na UFPI e na UESPI em Parnaíba quando não havia professores ou alunos com know-how suficiente para isso! Porém, mais inimaginável ainda é essa tentativa de querer impedir e/ou intimidar, da forma mais caluniosa, difamatória e negligente possível o estudo do marxismo nas duas instituições quando existem dois profissionais altamente preparados e qualificados para isso, depois de anos pesquisando e analisando criticamente a temática em curso de doutorado, em uma universidade credenciada e reconhecida nacionalmente pelos órgãos de incentivo à pesquisa na Pós-graduação brasileira, a Universidade Federal do Ceará (UFCE)! Aos mais desavisados, gostaria de informar que a maioria das universidades brasileiras possui linhas e eixos de pesquisa marxista em nível de mestrado e doutorado.
Portanto, recuso-me a crer que alunos e professores da UFPI e da UESPI/PHB cairão nessa cilada tramada por mentes doentias, atrofiadas e sem domínio de conhecimento algum sobre o marxismo, que não possuem sequer condição objetiva de ir para o enfrentamento teórico à altura, para se opor de forma decente e no tête-à-tête com os professores em questão. É lastimável e inacreditável a tentativa de manter esse discurso simplório e sem nenhum tipo de sustentação ou firmeza ideológica, teórica e concreta, de que todo marxista “come criancinha”, vira “bicho-papão” e de que o marxismo “se apropria de mentes imaturas”, é “uma espécie de fascismo ideológico travestido de facismo”! Esse discurso sim precisa de revisão urgente!
Execrar o estudo do marxismo ou qualquer outro estudo relevante no interior da universidade é um grande retrocesso que devemos nos recusar a concordar, sob pena de se continuar combatendo o que não se conhece e de se continuar aceitando a condição de alienação, sem a possibilidade de duvidar ou questionar a partir do conhecimento adquirido. É fato que o processo de esclarecimento e de conscientização crítica vem sendo despertado entre os alunos, impulsionando-os à participação ativa de tal forma que se constitui num movimento irrefreável.
Independente de concordarmos ou discordarmos disso, novos horizontes vêm se afirmando e outras oportunidades de ação política comprometida e engajada vem se constituindo, e os discursos ocos e vazios de sentido têm perdido importância, porque ao mesmo tempo em que se tem aliado a teoria com a prática, cotidianamente, tem se fortalecido os vínculos necessários a uma práxis educativa transformadora. E isso tem feito muita diferença e tem provocado forte impacto dentro e fora da vida acadêmica universitária parnaibana. O contato dos estudantes com outras realidades para além de seus muros vem forjando novas posturas e atitudes que permitem com que se percebam como sujeitos de sua própria história, como seres sociais capazes de intervir e de mudar a realidade vigente, antes marcada pelo comodismo e estagnação.
Novos ventos sopram em Parnaíba agitando a juventude e convidando-a a compreender e interpretar o mundo na busca de sua transformação. Esse estado de movimentação intelectual e de efervescência política dos estudantes e de tomada de posição em face da realidade reafirma o pensamento da filósofa marxista polonesa Rosa Luxemburgo, quando diz que “quem não se movimenta não sente as correntes que lhe prendem”. Os alunos têm sentido as correntes que tentam mantê-los aprisionados de forma intimidatória. Quem estiver insatisfeito com essa reação estudantil que busca conhecimento e informação, que procure formar uma oposição verdadeiramente à altura do rigor e dos critérios acadêmicos. Afinal, a universidade é um espaço que comporta o confronto de ideias e de posições diversificadas, desde que os proponentes estejam preparados e, evidentemente, tenham coragem de se expor sem pseudônimos e com identidade nomeada, porque pela via do anonimato não se tem a menor chance de conquistar respeito e notoriedade dentro de uma instituição que tem o dever de formar e não de deformar pessoas.
Temos de convir, companheiras e companheiros do GEMPI, que sem a ação organizada e sem mobilização, muito possivelmente tudo tenderia a continuar tal e qual, o que agradaria bastante àqueles que achavam que tudo sabiam, e que tudo controlavam! Mas, qual é a realidade hoje? Há um grupo se fortalecendo, politicamente engajado e socialmente ativo, que não tem poupado esforços e dedicação para ampliar as ações em prol da coletividade, na tentativa de construir outra história no movimento estudantil, sob um enfoque de combate à alienação e à letargia que tem refreado as lutas e enfrentamentos importantes em termos de crescimento e fortalecimento de suas bandeiras. A perspectiva é somar forças junto com professores e servidores, pensando não somente em melhorar a realidade dentro da academia, mas também fora dela ultrapassando seus muros.
Um exemplo que ilustra a organização docente e estudantil é a realização nos meses de maio e junho deste ano, do “Seminário em Defesa da Memória, Verdade e Justiça: pela abertura dos arquivos da Ditadura”, evento da mais relevante importância no Piauí, promovido e organizado pelos membros do GEMPI, e que tem contado com a presença de centenas de estudantes que buscam a elucidação da verdade sobre as atrocidades cometidas pelos algozes militares no Brasil nos anos de chumbo. O mais incrível é que tal evento tem sido alvo de críticas e retaliações por parte de pessoas supostamente esclarecidas, que deveriam estar colaborando para a sua realização e êxito, pois se tratam de fatos históricos que resgatam a trajetória de vida daqueles que de tudo fizeram para se opor à força das armas e das repressões brutais dos militares!
Outro evento de maior porte que conta com a participação efetiva do GEMPI e tem como membros da Coordenação Geral a Prof.ª Tânia e o Prof. Kennedy é o IV Fórum Internacional de Pedagogia (IV FIPED), que está previsto para acontecer no período de 27 a 29 de junho do ano em curso. O evento, ao que tudo indica, será o mais significativo e importante na história de Parnaíba até os dias atuais: conta com dois mil participantes inscritos advindos de todos os recantos do país e do exterior, que movimentará o turismo local, a rede hoteleira, o comércio e serviços, enfim, a vida econômica do município como nunca se viu antes!
A repercussão dessas ações consistentes e destacadas na vida acadêmica parnaibana, tendo à frente os dois aguerridos professores universitários, Prof.ª Tânia e Prof. Kennedy, não resta dúvida, tem gerado cizânia, melindres e acendido a “fogueira das vaidades”, expressão bem lembrada por Adriana Olival, sobretudo, entre aqueles que pensavam que o mundo começava e terminava nos seus próprios umbigos e nos seus discursos sem ação concreta, que não conseguem se dá conta de que o mundo é maior do que podem imaginar.
É preciso ter humildade e bom senso para reconhecer que a Prof.ª Tânia e o Prof. Kennedy são profissionais muito competentes e excelentes exemplos de vida acadêmica e universitária. Mas, quem se incomoda? Quem se sente melindrado com isso? A universidade como um todo? A sociedade parnaibana? Quem, afinal?...
Numa situação como essa é justo que lembremos os versos de Brecht quando afirma “que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”. Não se pode negar a importância da atuação desses dois respeitados profissionais na área educacional e no processo de ativação dos embates estudantis e políticos. Os piauienses e moradores da região tem mais é que se orgulhar de contar com a colaboração dinâmica desses dois professores de condição intelectual invejável e trajetória profissional extremamente séria e responsável. É notória a capacidade que possuem e a contribuição que têm prestado no meio universitário na tentativa de melhorar a qualidade da educação pública e gratuita não somente em Parnaíba, mas no âmbito do estado, uma vez que as universidades são frequentadas por alunos de todos os municípios, que de lá sairão como profissionais formados para atender aos anseios sociais de suas comunidades.
O mais inacreditável e indignante são os ataques e agressões verbais, pessoais e as tentativas infrutíferas de destabilizá-los e de reduzir o valor social que possuem como professores e agentes políticos que lutam sem cessar contra toda forma de opressão no meio educacional e social. A propósito, como todo bom marxista que se preza, eles são pessoas muito centradas, decentes, honestas e dignas demais para se deixarem abalar por críticas mesquinhas e sem fundamento ético e moral. E tentar desrespeitar e manchar as suas imagens pessoais é atitude vil e demonstração de mau-caratismo. É puro desespero, ou melhor, é a mais pura despeita, o que em nada contribui para acrescentar de positivo à edificação e fortalecimento da educação e da organização social em Parnaíba e nas regiões adjacentes.
Desta feita, companheiras e companheiros, sinto grande orgulho das ações e projetos que vocês vêm realizando na universidade como espaço de formação humana. Isso é uma clara demonstração de que nunca devemos esquecer que temos história e fazemos história, com o tom e a dignidade que somos capazes de construir, como sujeitos pensantes e sem a ingênua ilusão dos contrastes sociais existentes, com a clara noção de que vivemos numa sociedade que é profundamente desigual e injusta quanto à produção e distribuição de riquezas e de bens materiais, acentuadamente machista e androcêntrica, e explicitamente racista e preconceituosa com os ditos “diferentes” dos padrões culturais estabelecidos como legítimos e válidos socialmente.
Nesse sentido estamos juntos, companheiros, encarando um mundo onde sabemos que a neutralidade não tem lugar e só serve para esconder a covardia de quem pensa que toma atitude corajosa vivendo em cima do muro, na indiferença ou na apatia, ou por ter se tornado voraz defensor do ideário neoliberal – que valoriza mais o mercado e suas próprias leis do que as pessoas e suas necessidades vitais - e/ou da visão pós-modernista – que endeusa a eternidade do presente e rejeita qualquer possibilidade de crença no futuro, num amanhã melhor que o hoje. Francamente, nada disso ajuda a transformar o mundo num lugar melhor para se viver. Em meio a essa realidade, a própria condição humana fica refém do nonsense, isto é, da perda de sentido da vida. Considerando as contradições e antagonismos sociais existentes, uma postura desse tipo reflete uma cômoda e confortável posição que muito favorece a manutenção do status quo.
Não devemos esquecer que o sentido do nosso fazer está nas formas de participação e de ações coletivas em prol dos grupos e camadas sociais despojadas, desprovidas de bens materiais, e, por consequência, privadas do usufruto de outros bens necessários, como a educação como prática da liberdade.
Enquanto digladiarmos entre nós e continuarmos prisioneiros da pequena política, ou melhor, da estúpida politicagem que atende apenas aos interesses individuais, a “grande política”, conforme expressão do pensador italiano Antonio Gramsci, permanecerá sob o controle das pequenas elites que se fartam no poder e agem à nossa revelia, cada vez mais longe de garantir as necessidades coletivas.
Assumir-se marxista, nesse contexto, sempre foi e continua sendo atividade política para os quem têm coragem e disposição para enfrentar as adversidades oriundas de um sistema econômico implacável e feroz como o capitalismo, que sobrevive e se fortalece com a pródiga rendição e ajuda de pessoas que são incapazes de admitir que fazem parte das camadas subalternas e, portanto, nelas se manterão; e, o que é pior, demonstram plena satisfação em se declarar adeptos da indiferença a essa realidade, como se ela não existisse.
Assumir-se marxista não é, certamente, viver sem rumo e sem direção, sem caminho certo, só no entorno do presente mitificado e reificado pelo fetiche da mercadoria. Deslumbrar-se e contentar-se com esta terrível condição é a mais triste das opções.
Assumir-se marxista não é, tampouco, proclamar o mero antagonismo entre burgueses e proletários, entre classes dominantes e dominadas, mas estar ciente de que tal divisão social não desapareceu simplesmente por benevolência de um sistema econômico metamorfoseado e sócio-metabólico, que facilmente “engole” e “absorve” os mais frágeis e os mais ingênuos de intelecto e de ação.
Assumir-se marxista implica, com base no argumento do filósofo húngaro István Mészáros, “compreender que é preciso atuar na esfera social e educacional a partir de sua função libertadora, e transformar o sujeito humano, o trabalhador em um agente político pensante, crítico, que age e que usa a palavra como arma para transformar o mundo”.
Um caloroso abraço, companheiras e companheiros, e continuem firmes nos estudos teóricos e nas ações concretas sem arrefecer os ânimos, porque este momento representa apenas o começo de uma renovada história no movimento estudantil e social que, certamente, levará as marcas de cada um de vocês, que não estão na estação simplesmente vendo o trem passar!
Saudações acadêmicas,
Prof.ª. Maria José Albuquerque da Silva
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Acre (1992), com mestrado em Educação pela Universidade Federal do Ceará (2000) e doutorado em Educação pela mesma instituição (2005). Atualmente é professora da Universidade Federal do Piauí.