O Japão, geologicamente falando é
uma ilha vulcânica dos domínios dos Dobramentos Modernos, produto de colisões entre
placas tectônicas, um país com algo em torno de 65 vulcões ativos. A ilha
nipônica está localizada em uma região chamada de Círculo do Fogo do Pacífico
região, assim denominada, por ser a área do planeta onde ocorrem 80% da
atividade sísmica. Com tais adversidades os japoneses souberam adaptar-se aos
constantes terremotos seja na construção civil seja nos meios de prevenção
contra catástrofes. O terremoto e a tsunami que varreu o nordeste do Japão
provou que a natureza é implacável, mesmo com tantos cuidados para minimizar
seus efeitos, ainda assim deixou um rastro de morte e destruição. Como se não
bastasse tal catástrofe, estamos na iminência de assistir outra catástrofe,
esta, provocada pelo homem. Em uma situação já ruim, como o homem pode ainda
piorá-la? Refiro-me as usinas nucleares de Fukushima prestes a entrarem em
colapso (devido ao terremoto) e espalharem radioatividade no país e no
exterior. Até que ponto chegamos? Quão ignorantes somos. Por que os políticos
japoneses permitiram esse tipo de energia se instalasse em uma ilha altamente
instável do ponto de vista geológico? Por quê? Por que cidadãos anônimos naquelas
usinas nucleares, na ânsia de resfriar os reatores, ao todo vinte voluntários,
terão que pagar com suas vidas abreviadas pela radioatividade por um erro
eminentemente político? Será que os japoneses não aprenderam a lição
pós-Hiroshima quando a radioatividade ceifou vidas e deixaram milhares de
pessoas com anomalias físicas?
Prof. Esp. Jean Carlos Costa Soares
Geógrafo
Edição Blog do Pessoa