Bom dia Senhor Carlson.
Referente de tantos atos violentos publicados
pelos
blogueiros da cidade concebi este artigo com o objetivo que os leitores
reflexionam,
tiram a própria conclusão e formam o juízo.
Na
maioria das tragédias Shakespearianas, como os leitores do Blog do
Pessoa sabem, a vingança opera significativamente como terrível
personagem.
Hamlet, príncipe infeliz da Dinamarca, promete vingar a morte do pai, o
Rei
Hamlet, envenenado pelo próprio irmão, Cláudio, que além de roubar o
trono faz
da cunhada sua esposa.
Na contemporaneidade em Parnaíba não faltam são
Hamlets urbanos,
Otelos na mira de seus súditos nas hierarquias familiares, aqueles que,
com o
uso de sua força raspam a vida do inimigo de modo catastrófico. Vingança
que
pode retornar com o esboço da ofensa, aplicando a ancestral Lei de
Talião –
olho por olho, dente por dente – ou pela ânsia de ver seu ofensor pagar
com o
sofrimento físico e mental, levando-o ao cárcere, depressão ou ruína
psíquica.
Eis alguns dos atos funestos publicados nos
últimos cinco
meses, para refletir.
05/04/2010: Ambulante morto com uma facada na
perna em
Parnaíba;
06/04/2010: Polícia
prende
homem por esfaquear seu próprio comparsa;
21/04/2010: Sem
mais nem menos
matou o cunhado!
22/04/2010:
Homem é alvejado de cinco tiros e abandonado atrás de hospital em
Parnaíba;
22/04/2010
: Homem tenta
matar a própria família em Parnaíba;
09/05/2010: Homem é
assassinado a facadas em Parnaíba;
17/05/2010:
Homem mata rival
a facadas em Parnaíba;
20/05/2010: Idoso
é morto a
facadas em Parnaíba;
20/05/2010: Briga
feia com troca
de tiros, um foi baleado o outro preso;
24/05/2010: Parece
faroeste!
Menores atiram pra matar com 38;
24/05/2010: Briga
de dois
rapazes termina em acidente e óbito;
05/06/2010:
Seguranças
alvejados dentro do M. Shows em Parnaíba;
10/08/2010: Vendedor
ambulante
mata rival em Parnaíba por causa de duas galinhas;
04/10/2010:
Ele não agüentou
vê a irmã ser agredida e matou o cunhado;
Sobre as bases morais, psicológicas e culturais
da vingança
a filósofa Martha Nussbaum escreveu: "O SENSO INCULTO do justo começa
com
a noção de que a vida humana é uma coisa vulnerável, uma coisa que pode
ser
invadida, ferida, violada de diversas maneiras pelas ações de outros.
Para esta
penetração, a única cura que parece apropriada pelos INCIVILIZADOS é a
contra-invasão,
igualmente deliberada, igualmente grave. E para equilibrar a balança
verdadeiramente, a retribuição deve ser exatamente, estritamente
proporcional à
violação original. Ela difere da ação original apenas na seqüência
temporal e
no fato de que é a sua resposta em vez da ação original - um fato
freqüentemente obscurecido se há uma longa seqüência de ações e
contra-ações".
Abraço forte, extensivo aos seus familiares e
leitores.