O adjetivo "gregário", portanto, diz respeito ao instinto animalesco de agregação, de juntar-se em grupos para poder sobreviver. Demorou milênios para o gênero humano se diferenciar das bestas, deixando de andar de quatro e levantando a cabeça para olhar mais longe.
A pergunta é quantos milhares de séculos ainda têm que passar para o homo sapiens usar a cabeça não apenas para embelezar o pescoço. Atualmente, o que distingue o homem do animal á apenas a possibilidade de usar a razão e a faculdade de raciocinar por si próprio, a reflexão sobre o que acontece ao nosso redor. Mas, infelizmente, o homem ainda não conseguiu se libertar do instinto da dependência mental.
O povo tem preguiça de pensar, achando mais cômodo seguir normas éticas ditadas por profetas supostamente iluminados por alguma divindade, relegando a busca da felicidade e da justiça social num outro mundo, que ninguém sabe onde fica.
O pior é que a mesma indolência de refletir se verifica também no plano político. Acreditamos nas promessas e benefícios gratuitamente de líderes de partidos e depositamos neles nossos votos, sem fiscalizar o que fazem com o dinheiro de nossos impostos.
Nas eleições de 2010, supostamente quase todos os candidato no poder se reelegerão. Sua recondução se deve às virtudes da honestidade e competência ou ao uso da máquina do Estado? Seria tão fácil construir uma cidadania de verdade, se o homem parasse para pensar. Bastaria não reeleger ninguém para evitar o político profissional e a formação de redutos eleitorais. A renovação dos quadros políticos evitaria o surgimento de lideranças e desestimularia a ganância, corrupção e os aventureiros. Afinal, só uma manada de ovelhas precisa de um “pastor”. Ou seja, pastores buscam o "BEM" das ovelhas, lobos buscam os "BENS" das ovelhas.
Abraço forte, extensivo aos seus familiares e leitores.
Josef Anton Daubmeier