A superlotação na Penitenciária Mista Juiz Fontes Ibiapina, em Parnaíba, teria sido um dos facilitadores da fuga dos 12 detentos da unidade prisional nesta segunda-feira (02). O presídio funciona há cerca de três décadas na estrutura de um antigo mercado e a cela onde estavam os presos também era improvisada. O local tem aproximadamente 400 internos, acima da capacidade, que vêm de cidades do Norte do Piauí como Esperantina, onde também há um presídio, mas que está em reforma após uma rebelião em 2017.
O presídio de Parnaíba tem capacidade para 170 detentos e abriga aproximadamente 578.
Para desafogar a unidade prisional, o diretor de assistência militar de controle externo da Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus), coronel Pitombeira, cita a conclusão da reforma do presídio em Esperantina [sem data mencionada], bem como a construção de um presídio na cidade de Buriti dos Lopes, situada também ao Norte do estado.
"Está sendo finalizada a reforma e assim que a gente concluir a estrutura de Esperantina, vamos retornar os presos daquela região para lá e vamos voltar a receber o fluxo normal em Parnaíba. Então vai dar uma distensionada na população carcerária. Sobre o novo presídio, a parte legal de licitação já foi realizada, a empresa vencedora praticamente já foi homologada e falta agora a parte orçamentária", adianta Pitombeira.
FUGITIVOS PROCURADOS
Dos 12 fugitivos, nenhum foi recapturado até o momento. A maioria responde por furtos e tráfico de drogas, mas há também um, da cidade de Novo Oriente-PI, que tem com envolvimento com homicídio.
Em Parnaíba há cerca de um ano não havia fuga e nem apreensão de materiais ilícitos, segundo Fernando Caldas, diretor da penitenciária. A cela e o teto danificados pelos presos já foram reparados.
Pitombeira completa que já existe uma empresa contratada para a reforma do prédio e que uma das apostas do novo Governo é reforçar também a ressocialização.
"H quase um ano não havia fuga ou sinalização de fuga. Isso é resultado de um trabalho, pois a estrutura é a mesma. Foi feito um trabalho de procedimentos, protocolos mudados e um trabalho forte de ressocialização. O coronel Carlos Augusto [novo secretário de Justiça] quer reforçar não só o trabalho de segurança institucional, mas também a ressocialização, a humanização, que tem dado uma resposta. Lá tinham 32 presos e só 12 resolveram fugir. Os demais já têm a ideia da permanência no sistema, até mesmo para não prejudicar a situação processual", destaca Pitombeira.
Graciane Araújo
redacao@cidadeverde.com
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