14 de jun. de 2022

Lendas do Delta do Parnaíba: Morro do Gemedor

Há muito tempo atrás, vivia na Ilha Grande de Santa Isabel, em uma bela praia próxima da Pedra do Sal, a índia Intã, uma linda jovem Tremembé que amava a natureza. 

Morro Gemedor — Foto: Proparnaiba

Intã tinha por costume passear pela praia, onde brincava com as ondas e, em um desses passeios, encontrou na areia um jovem náufrago desmaiado, de pele branca e cabelos loiros.

A jovem apaixonou-se instantaneamente e pôs no amado o nome de Ará. Este, ao acordar, se entregou a uma tórrida noite de amor com a jovem índia.


Os dias se seguiram e o casal continuava se encontrando escondido em uma cabana abandonada bem distante da tribo de Intã.

A tribo não poderia saber da relação, eis que era proibido que índias se relacionassem com homens brancos, de modo que se soubessem Ará acabaria morto.

Assim, por dias sem fio, se entregavam ao amor proibido naquela cabana, até que um dia, envolvidos no romance, não perceberam as areias de uma duna se aproximando. 

A cabana desapareceu, encoberta pela areia e o jovem casal se tornou encantado, de modo que até hoje, ao que dizem, se encontram dentro da cabana soterrados em um eterno sexo apaixonado, onde Intã continua a gemer de prazer nos braços de seu amado.

O lugar soterrado deu origem ao morro gemedor, onde dizem que é possível ouvir os “ais” e “uis” do casal no seu leito de amor soterrado. Carlos Holanda​ informa que quem visitar o lugar, ao escalar o morro, poderá ouvir os gemidos de prazer dos amantes encantados.

FONTE: Carlos Holanda / Texto: José Gil Barbosa Terceiro l Edição: Jornal da Parnaíba

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