Se entre os petistas o lançamento da candidatura Lula–Alckmin foi vista com entusiasmo, dentro dos demais partidos o clima ainda de desconfiança. O deputado Evair de Melo (PP) classifica a união como uma “agenda de desespero”, um “mero ato para voltar ao poder”. “Isso é um casamento de cartório ode está se juntando o atraso da política brasileira, uma pauta retrógrada. Naturalmente, essa essa dupla que se apresenta hoje é defensora pública do aborto, da invasão de proprietário privada, quer revogar todas as avanços que nós tivemos na desburocratização do país e criar uma moeda própria. É um casamento de cartório, de desespero. É um abraço dos afogados, tendo em vista que ele não tem conteúdo, nem tem agenda para propor e para questionar, por exemplo, as ações positivas e proativas do governo federal e da bancada. Eu chego a dizer que é lamentável. É tanto atraso reunido para tentar retroceder com o país”, avalia o parlamentar.
O deputado Bibo Nunes (PL) segue o mesmo entendimento e avalia que o presidente Jair Bolsonaro tem muito mais chance de ser reeleito no fim do ano. “Essa Chapa Lula Alckmin, ao natural, já se desmoraliza. Basta ver o que o Alckmin falava do Lula. Chamava o Lula do que tinha de pior para o Brasil e agora está ao lado do Lula. As últimas falas do ex e futuro presidiário Lula revela um certo desequilíbrio, ele está muito despreparado. Não sei o que está acontecendo com ele, mas a verdade é que essa chapa será muito fácil de vencer essa”, afirma o deputado. O ex-presidente do PSDB José Aníbal avalia que Lula deu mais ênfase às críticas ao atual governo do que as propostas em si. “A gente viu um candidato que hoje está polarizando com o atual presidente. Os dois estão disputando a primazia nas pesquisas, O Lula com alguma vantagem, Bolsonaro atrás e os outros correndo atrás, mas sem ainda conseguirem alguma expressão mais relevante em matéria de intenção de voto”, considera Aníbal.
O atual presidente do PSDB, Bruno Araújo, também não poupou críticas. Pelas redes sociais, foi irônico ao comentar declarações do ex-presidente Lula de que não indicaria a ex-presidente Dilma Rousseff para um ministério por conta da grandeza dela. Araújo lembrou que o próprio Lula só não foi ministro por conta da resistência do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda segundo ele, para o PT, qualquer discurso para esconder Dilma serve. Dentro do Palácio do Planalto, o ministro do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, também foi irônico. Pelas redes sociais, disse que a chapa é um “prato indigesto que o Brasil não vai engolir”. Segundo Nogueira, Lula disse que Alckmin, que é conhecido no meio político como chuchu, é “insosso, como se fosse comida sem sal” e, no passado, Alckmin dizia que Lula era mentiroso. Para Ciro Nogueira, o prato também pode ser de mentira.
Já a “grandeza” de Lula coube no ministério de Dilma. Não lembram? Para o PT qualquer discurso que esconder Dilma serve. pic.twitter.com/oPKkM5vhR2
— Bruno Araújo (@BrunoAraujo456) May 7, 2022
Prato da moda? Lula disse de Chuchu: “É insosso, como se fosse comida sem sal”. Chuchu disse de Lula: “Mentiroso”. Então o prato pode ser também “Mentira Insossa”, segundo os próprios! É um prato indigesto que o Brasil não vai engolir. pic.twitter.com/We38HZQndj
— Ciro Nogueira (@ciro_nogueira) May 7, 2022
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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