Mais de 20 mandados em três estados, sete presos e três foragidos. Esse foi o resultado do inquérito da operação Sicário, da Polícia Civil do Piauí, sobre a morte do empresário Janes Cavalcante de Castro, assassinado em setembro de 2020, em Parnaíba, no litoral do estado. Em coletiva de imprensa foi divulgado o esquema da organização criminosa com a individualização da participação de cada investigado.
O delegado regional de Parnaíba, João Rodrigo Luna, revelou que a motivação foi financeira e a estimativa é que os gastos para o matar o empresário somem R$ 200 mil.
"Esse valor é estimado pela quantidade de pessoas envolvidas, pelos recursos materiais comprados só para esse fim como carros e motos", disse o delegado.
O empresário foi assassinado dentro do próprio carro. Câmeras de segurança mostram os executores em uma motocicleta seguindo a vítima. As imagens conseguiram flagrar criminosos que também deram apoio na ação em um carro.
ESQUEMA DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Nesta sexta-feira (17), a Polícia Civil apresentou um organograma da organização criminosa durante coletiva de imprensa. Peças-chaves do crime foram descobertas ao longo da operação Sicário. Entre eles, o empresário Mário Roberto Bezerra Correia, conhecido como Nino, que está foragido.
"O Nino não esteve em Parnaíba, não emprestou o carro, não faz parte do núcleo executor, mas tem ligação direta com esse núcleo e pagou uma quantia a eles. Ele pode ser o mandante, mas também pode o intermediário entre o mandante e os executores. Para comprovar isso, dependemos do resultado de algumas perícias", explica Luna.
Os outros dois foragidos são José Hiago Ferreira da Silva, apontado como um dos executores, e Evandro Tenório Britto, responsável por recrutar os demais envolvidos, de acordo com a Polícia Civil.
MANDANTE: ?
INTERMEDIADOR/ ELO DIRETO COM O MANDANTE/ RESPONSÁVEL POR CONTRATAR O RESPONSÁVEL PELA LOGÍSTICA: Mário Roberto Bezerra Correia, conhecido como Nino (foragido);
RESPONSÁVEL PELA LOGÍSTICA DO HOMICÍDIO E PELO RECRUTAMENTO DOS ENVOLVIDOS: Evandro Tenório Britto (foragido);
PARTÍCIPES: W.A.B, A.P.L (donos dos veículos) e I.S.S (esposa de um dos executores)
APOIO: Marcos Aurélio de Paiva Leal, José Robervan de Araújo;
EXECUTORES: José Hiago Ferreira da Silva (foragido) e Edson Carlos Veríssimo da Silva.
INQUÉRITO TEM MAIS DE 2 MIL PÁGINAS
O delegado João Rodrigo Luna explica que o inquérito policial foi concluído devido ao encerramento do prazo. Contudo, ele ressalta que a investigação não acabou.
"Foi concluído devido ao prazo, por causa da prisões. Se a gente não concluísse, os investigados seriam soltos. Com as prisões e apreensões, conseguimos avançar muito. O inquérito está bastante robusto com mais de 2 mil páginas. Estamos aguardando o resultado de algumas perícias e será instaurado um novo inquérito. Eles serão denunciados pelo MP. A investigação continua", finaliza o delegado.
Graciane Sousa
gracianesousa@cidadeverde.com
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