13 de mai. de 2020

Imunidade de rebanho: saiba o que é o conceito, alvo de crítica da OMS

Imunidade de rebanho é a proteção que se alcança quando a maior parte da população já teve contato com algum vírus e, por isso, se tornou imune a ele.
Imunidade de "rebanho" vai deter a Covid-19 no futuro?
Na prática, isso exige que todos continuem circulando normalmente para pegar o vírus, algo que vai na contramão do que é defendido pela OMS (Organização Mundial da Saúde): isolamento social para desacelerar o contágio e garantir o atendimento aos pacientes que desenvolverem a forma mais grave da doença.
Nesta segunda-feira (11), Mike Ryan, diretor do Programa de Emergências da OMS, criticou a ideia de imunidade de rebanho, defendida por aqueles que são contrários ao isolamento.
"Humanos não são gado. Temos que ser muito cuidadosos com o uso de termos como este, porque se trata de uma aritmética brutal, que coloca as pessoas em risco de vida e causa sofrimento", declarou.
Gesmar Segundo, coordenador do Departamento Científico de Imunodeficiências da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), destaca que o termo mais adequado para se referir a humanos é imunidade de grupo. 
Ele explica que a palavra rebanho é mais popular porque a expressão, normamelmente, é usada para se referir a gados que já foram vacinados contra determinada doença.
O ideal seria que 70% da população estivesse imunizada para atingir esse patamar. Nesse caso, até mesmo quem está suscetível ao vírus seria protegido. "Se você tem o vírus e entra em contato comigo, mas eu estou imune e a maioria das pessoas também, a corrente de circulação [do vírus] quebra em você", esclarece.
Porém, nesse momento, não é apropriado nem mesmo cogitar essa ideia como estratégia de combate ao novo coronavírus porque não se sabe se quem contraiu está imune, de acordo com o especialista. "Os anticorcorpos são utilizados para fazer diagnóstico, mas não garantem imunidade". ressalta.
No geral, eles agem fora das células. "O fato de você produzir anticorpos não significa que eles são protetores, porque o vírus vive dentro da célula e o anticorpo não entra lá, ele impede a entrada do vírus na célula", explica.
Entretanto, no caso do SARS-COV-2, ainda não existem estudos que mostram como é esse mecanismo de ação. Gesmar afirma que pacientes com quadros graves de covid-19 são os que mais tem anticorpos. "Mas a gente não sabe se esses anticorpos estão ajudando", enfatiza.
De acordo com o imunologista, dentro da família de coronavírus existem alguns vírus que, aparentemente, não infectam a mesma pessoa novamente, como é o caso do SARS-COV-1 e do MERS. Mas ele cita exemplos que podem infectar mais de uma vez, como o 229E e o 0643, que causam gripes.
Fonte: R7.com

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