Eleito novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso defendeu nesta quinta-feira, 16, que, se for necessário adiar as eleições 2020 por causa da pandemia de coronavírus, que elas aconteçam no menor período possível. Ele descartou levar as disputas municipais para 2022.
Barroso disse que as eleições são vitais para a democracia e que estará em articulação com o Congresso Nacional sobre as possíveis mudanças no calendário eleitoral. "Ainda é cedo para termos uma definição se a pandemia vai impor um adiamento da eleição, mas é uma possibilidade", afirmou na primeira sessão por videoconferência do TSE. "Se não tivermos condições de segurança, teremos que considerar o adiamento pelo prazo mínimo. Vamos nos empenhar para evitar qualquer tipo de prorrogação na medida do possível."
Barroso foi eleito por voto eletrônico. O placar foi de seis votos contra um para o ministro Edson Fachin, que ocupará a vice-presidência do tribunal. Cada membro do TSE recebeu em casa uma urna eletrônica e uma cabine de votação - na tradição do tribunal, esta escolha normalmente é feita em sessão presencial no plenário.
"O Brasil precisa encontrar denominadores comuns, viver certa pacificação, diminuir intolerâncias e suprimir qualquer questão relacionada a ódio", disse Barroso. "Virá um período muito difícil. A pandemia do coronavírus tem representado uma crise sanitária, econômica e humanitária. É um momento que exacerba nossos sentimentos de solidariedade e dever de integridade."
Despedindo-se da presidência do TSE, a ministra Rosa Weber destacou que encontros presenciais são insubstituíveis. Durante a sessão virtual, ela foi elogiada pelos colegas pela condução do TSE ao longo dos últimos anos.
"Os encontros presenciais são uma bênção, talvez só agora estamos a descobri-lo ou, se não, a dar-lhes o devido valor. Nada substitui o calor humano, mas seguindo as orientações de isolamento social das autoridades de saúde, essas sessões por videoconferência são alternativa possível às sessões presenciais nesse momento."
Por Matheus Lara e Patrik Camporez
Estadão Conteúdo
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