14 de nov. de 2019

Piauienses que precisam de transplante passam necessidade fora do estado

Secretário Estadual de Saúde Florentino Neto do PT 
No último domingo (10/11) o 180 divulgou o caso de um paciente renal crônico que perdeu um transplante em Fortaleza (CE) porque não conseguiu fazer a viagem por falta de recursos. 
O caso repercutiu nacionalmente e a Secretaria Estadual de Saúde se manifestou informando que tentou dar toda a assistência, mas que foi um caso excepcional. Depois disso, o portal recebeu mais reclamações dos familiares dos pacientes que precisam realizar procedimentos médicos na capital cearense para a realização de transplantes, já que no Piauí não há esse tipo de atendimento na rede pública para quem precisa de rim ou fígado, por exemplo.
Segundo o familiar de um paciente que precisou fazer transplante em Fortaleza, o programa Tratamento Fora do Domicílio (TDF), ligado à Secretaria de Saúde do Piauí, paga apenas R$ 24,90 de diária para para o paciente e o mesmo valor para o acompanhante durante a estadia no Ceará. Esse valor é para ajudar no custeio da hospedagem, locomoção e alimentação.


Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), onde pacientes fazem tratamento
Hospital Universitário Walter Cantídio, vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), onde pacientes fazem tratamento    Foto: Divulgação/HUWC
"Esse valor é irrisório, a maioria dos pacientes são carentes, muitos de comunidades no interior do Piauí, e precisam praticamente mendigar para receber tratamento em Fortaleza, já que o Piauí não dispõe dos procedimentos", informou o familiar de um paciente.
Segundo ele, o valor pago pelo Piauí é bem inferior aos de outros estados que também encaminham pacientes para o Hospital Universitário da Universidade Federal do Ceará. Há estados que chegam a pagar o dobro do que é oferecendo pelo Piauí.
Para piorar, o valor da diária é pago em forma de reembolso, que demora até três meses.
"Isso é um absurdo, e quem não tem condições? Muitos arrumam esse dinheiro com dificuldade, mas esperam esse tempo todo para receber. Há pessoas que são obrigadas a ficar vários dias em Fortaleza aguardando transplante e precisam se virar para se manter", disse ele ao 180.
O homem informou que uma assistente social disse que os pacientes do Piauí 'são os que mais dão trabalho', por conta das condições em que chegam, sem nenhum auxílio de custo e que muitas vezes precisam de assistência na capital cearense.
"A gente liga para a coordenadora e ela diz que 'demora, mas paga', mas isso não é justo, é um dinheiro federal, nos outros estados o reembolso é feito no mesmo mês", concluiu o homem.
De acordo com o professor Luiz Filho, da Associações dos Pacientes Renais do Piauí, a situação já foi muito pior, quando os pacientes esperavam até sete meses para serem ressarcidos. "Há estados em que os pacientes já saem com um valor para uma quantidade de dias que é fornecido pelo TFD, o que não acontece no Piauí", disse.
Segundo ele, no Piauí, cerca de 7 mil pessoas recorrem ao TFD para tratamento fora dos estado, entre pacientes que precisam de transplante do coração, casos oncológicos, renais, entre outros.
180 entrou em contato com a Sesapi e informou o caso. Até a publicação desta matéria a secretaria não se manifestou.
Fonte: 180graus 

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