16 de fev. de 2018

Olhe o cenário político e acredite: não tem nada decidido


Wellington e Firmino: já estiveram junto em 1998, depois se distanciaram. Seguirão separados em 2018?
O cenário político piauiense parece cada vez mais definido. Olhando-se os movimentos partidários, as duas principais chapas parecem ganhar contornos bem claros. Mas quem olha um pouco para trás – por exemplo, para as seis últimas campanhas para o governo do Estado, pode ver que a estabilidade não é regra nas disputas piauienses.
Pode até ser que os fatos mostrem o contrário. Pode ser que as convenções de julho-agosto terminem por consagrar o desenho de hoje. Mas vale rememorar o que aconteceu nas últimas eleições piauienses.
1994, a surpresa Mão Santa: a disputa era para ser entre Hugo Napoleão e Wall Ferraz. E assim se acreditou até o início de abril, prazo da desincompatibilização. Wall não deixou a prefeitura e aí todo mundo pensou: vai ser um passeio para o Hugo. Mas em Maio Hugo disse que não seria candidato ao governo e foi substituído por Átila Lira. Aí pensou-se que o passeio seria de Átila. Não foi. Surgiu Mão Santa, atropelou a lógica e os prognósticos e ganhou a eleição.
1998, a inacreditável união de PSDB e PT: o PSDB tinha o vice de Mão Santa e o governador queria os tucanos outra vez na chapa. Não teve: no final de maio o PSDB resolveu lançar Chico Gerardo e, surpresa geral, fez aliança com o PT, que ofereceu o vice. Terminaram juntos no segundo turno, na renovação do mandato de Mão Santa.
2002, a surpresa Wellington: Firmino Filho era para ser o candidato do lado de Mão Santa. Mas o governador foi cassado, Hugo Napoleão assumiu o Karnak e Firmino refluiu. Até junho, ninguém queria enfrentar Hugo, tanto que Firmino foi para o lado dele – aliança que desagradou os dois lados da coligação. Mas Wellington Dias – que pensava em ser senador –, disposto a ajudar a campanha de Lula e pensando na eleição municipal de 2004, topou a parada. Ganhou.
2006, a surpresa Mão Santa – desta vez negativa: até maio, o PMDB dava sinais de apoiar a reeleição de Wellington. Mas Mão Santa mostrava bons índices nas pesquisas. Em junho, liderava. E o PMDB decidiu lançar Mão Santa ao governo. João Henrique, que sonhava em ser o vice de Wellington, ficou no mato em cachorro. Melhor para Wilson Martins, que ocupou o posto. E pior para Mão Santa, que levou uma surra.
2010, o ‘sai, não sai e sai mesmo’ de Wellington: no período do carnaval de 2010, todo mundo tinha a certeza que João Vicente Claudino era o candidato de Wellington e, portanto, o próximo governador. Wellington ainda tentou fazer valer seu desejo em meados de março. Mas os partidos governistas reagiram. Então o petista disse dia 17 de março que ficaria no governo – e todo mundo achou que Antonio José Medeiros seria o candidato que o governador tiraria do bolso. Não foi: dia 2 de abril, Wellington deixou o governo e passou a apoiar Wilson Martins. Tem mais: quando se perguntava quem eram os apoios incondicionais de Wilson, apontava-se Osmar Júnior e Flávio Nogueira. Pois em junho Flavio mudou de lado e foi ser vice de João Vicente.
2014, um mundo de surpresas: em dezembro de 2013, Wilson Martins espalhava que ficaria no governo. Janeiro chegou e Wilson anunciou que saía, que Zé Filho assumia e o candidato era Marcelo Castro, com Silvio Mendes de vice. Mas em maio tudo mudou: Zé Filho deixou claro que queria ser candidato, Marcelo ficou a ver navio e Silvio disse que não seria candidato a data, em solidariedade a Marcelo. Logo mudou de ideia, tornou-se vice de Zé Filho e, na eleição, os dois morreram abraçados.
Agora diz-se que o deputado Dr. Pessoa será candidato a um posto majoritário pelas oposições. Será? Também se diz que Firmino Filho será o capitão da oposição, sendo ou não candidato – com a mulher instalada em um partido (até hoje) confortavelmente governista, cabe a mesma pergunta: será?
Os exemplos das eleições passadas estão aí só para que todo mundo coloque as barbas de molho. Fica fácil concluir: tudo pode ficar como está, mas até agora não tem nada decidido.
Por Fenelon Rocha 

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