Por:Zózimo Tavares
Quem viu pelo noticiário o governador Wellington Dias no Acre, acompanhando todo à vontade o ex-presidente Lula na inauguração de um frigorífico, no final de semana, por certo imaginou que o Piauí estava no melhor dos mundos. Não estava. Por aqueles dias, a polícia registrava 20 assassinatos no Estado e a PM se aquartelava reivindicando o cumprimento de acordo com o governo e melhorias na segurança.
O governo preferiu enfrentar com a força o protesto da PM, denominado de "Polícia Legal". A força da lei, mas a força. Recorreu à Justiça e conseguiu autorização para prender os 15 líderes do movimento, com base no regulamento da tropa. Um deles chegou a ser preso.
Com a radicalização estabelecida, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Themístocles Filho (PMDB), apressou-se a pedir ontem uma audiência ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Raimundo Eufrásio, para tratar sobre os problemas na Polícia Militar.
Ele foi ao Tribunal acompanhado dos deputados Marden Menezes (PSDB), Firmino Paulo (PSDB), Robert Rios (PDT), Evaldo Gomes (PTC), Rubem Nunes Martins (PSB) e Juliana Moraes Souza (PMDB). Os parlamentares querem que a solução para crise saia através do diálogo antes que ela se radicalize ainda mais.
Ontem, o governador anunciou que pediu a presidente Dilma Rousseff o reforço do Exército para enfrentar o movimento "Polícia Legal". Ele se mantém irredutível: "A proposta do governo será a mesma. Vamos cumprir a lei. A orientação é garantir segurança à população e o que for crime vai ser tratado como tal. Sempre vamos colocar em primeiro lugar a segurança da população e essa é obrigação do governador, dos oficiais e praças. Este ano nós tivemos um entendimento e estamos cumprindo o acordo sobre os salários, promoções, ticket alimentação e outros itens. Em 2016, vamos prosseguir cumprindo com o que está determinado em relação aos policiais militares, assim como as outras categorias", declarou o governador.
Nesse fogo cruzado entre a Polícia Militar e o governo, a população é que sai perdendo. Com a polícia na rua, os crimes são praticados a torto e a direito. Com a PM nos quartéis ou a polícia prendendo a polícia, então tudo se complica ainda mais.
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