4 de dez. de 2015

A (des)importância de quem é da base

Por:Benedito Gomes(*)

Segundo os dicionaristas, base é tudo que serve de apoio a outro; parte inferior de algo e que lhe serve de apoio; camada de tinta sobre a qual se aplica outra de melhor qualidade; a parte que fica por baixo de algo.
Realmente, se você pintar, por exemplo, um portão de ferro, você lixa e passa uma mão de tinta conhecida como zarcão, que serve de base. Depois, por cima, uma camada de tinta de boa qualidade e brilho constante. Para construção de casas, muros, prédios etc.
Todos sabem que a base é o alicerce, fica enterrado no chão, e sobre ele milhares de toneladas. Como vimos, a base é escondida, muito útil, protege o que está por cima.
Às vezes fico conversando sozinho, ou melhor, pensando em voz alta e me pergunto: como será que se sente um politico que tem satisfação em dizer que faz parte da base de determinado governo? Quando alguém se acha na condição de ser base está negando a si a sua própria voz. Ou seja, só pode ouvir e obedecer a voz e a ordem de quem está em cima.
Comenta-se que em algumas cidades, aquelas que formam a base de algum governo municipal, têm direito a alguns privilégios. Às vezes dezenas de portarias para nomear afilhados para cargos inexistentes; nomear parentes para cargos em comissão e nada produzir... mas é assim mesmo: quem se sujeita a esta condição aceita a regra do jogo.
Será que as bases do nosso Piauí tiveram o trabalho de ir lá nas cabeceiras dos córregos, riachos, grotas, baixões e fizeram reuniões com moradores do lugar, orientando para que as nascentes dos rios não sejam desmatadas; para que suas margens sejam preservadas e que assim teremos água permanente? Duvido. Será que a base do gestor de Parnaíba levanta um dedo a favor da Santa Casa de Misericórdia? Ah, seria bom se nós, seres humanos comuns, tivéssemos também uma base para nos sustentar!
Estes são apenas uns itens de dezenas de outros que nossos representantes podiam fazer em beneficio de todos. E agora, no prenúncio de ano eleitoral, já estão começando as ridículas reuniões de caça ao voto. Daqui a seis meses serão centenas de pessoas pelas ruas dizendo “quero ser seu representante”, “quero falar por você”, “quero combater o erro que ai está”. Mas eu quero ver é se aparece algum que diga: “Eu sou a base e nela quero continuar”. Vamos aguardar,  2016 vem aí.
(*)Benedito Gomes – Contador (UFPI)

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