17 de abr. de 2015

O sonho da janela

A reforma política tão cobrada e prometida nas eleições passadas ensaia ser uma bomba. Há quem diga que não deverá passar de um traque. De reforma, mesmo, muito pouco vai acontecer. Mas duas mudanças devem se concretizar. A primeira, a coincidência de mandato, que seria uma forma de baratear as campanhas. Um engano: na verdade, não barateia nada, simplesmente diminui o número de eleições. É como se você, que compra uma melancia por semana, passasse a comprar uma a cada quinze dias. O efeito real dessa mudança é diminuir a participação popular: o eleitor vai dizer o que pensa não mais de dois em dois anos, mas apenas de cinco em cinco. A outra mudança é o fim da coligação proporcional, com a intenção de reduzir o número de partidos. Atualmente, a enxurrada de siglas tem como efeito mais vistoso o alto custo da governabilidade. Basta lembrar que hoje, a Câmara Federal conta com 28 partidos e a presidente Dilma, para garantir a governabilidade, precisa de uns 12 partidos. Haja ministério para distribuir!! Haja cargos! Haja emendas parlamentares. Haja acordos nada republicanos! O fim das coligações proporcionais vai ter como efeito imediato uma correria de representantes de pequenos partidos em busca de um guarda-chuva mais protetor. Como a legislação atual pune a mudança de partido com a perda de mandato, é possível que essa alteração na lei seja acompanhada de uma janela que autorize a migração partidária sem risco de punição. O detalhe é que essa janela está sendo aguardada por muitos políticos que estão em siglas não tão vulneráveis como os nanicos. Aqui mesmo em Teresina nomes – como o vereador Samuel Silveira – estão “com o pé no estribo”, prontos para picar a mula para uma nova viagem partidária. Por isso, a tal janela para mudança de sigla está sendo ansiosamente aguardada. (Portal AZ)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente essa postagem

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...