5 de dez. de 2014

Lei do calote: Onze dos 13 parlamentares do Piauí ajudaram a aprovar a manobra

Votação no Congresso Nacional: Onze da bancada do Piauí ajudaram Dilma a aprovar manobra fiscal.Lista; Parlamentares ficaram de 'cócoras' frente à gastança sem limites do Palácio do Planalto.

Uma chefe de família ao constatar no final do mês que, por causa de suas irresponsabilidades financeiras e piruetas com cartões de crédito, gastou mais do que devia, e não poupou nada para pagar negociações de dívidas já contraídas, certamente procuraria ser mais severa com suas finanças, ou então procuraria um subterfúgio, pedir mais empréstimos. O difícil seria sempre recorrer a essa saída de forma ininterrupta.

Mas a presidente Dilma Rousseff (PT) - que durante a campanha eleitoral disse que a economia brasileira ia de vento em poupa -, ao contrário dos milhares de mortais brasileiros tem um outro trunfo, quando cansa de empréstimos que a obriga a pagar mais juros: o Congresso Nacional.

Com isso bastou apresentar um projeto para alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), prometendo a liberação de R$ 444 milhões em emendas aos parlamentares, para vê-lo aprovado. É como se a dona de casa que antes havia se descontrolado, tivesse perdoado o seu descontrole, e pudesse seguir tripudiando diante das metas de gastos e poupança a serem alcançadas.

Um dos poucos que teve a coragem de falar sobre a gastança pública desenfreada do governo foi Aécio Neves (PSDB), que fez um pronunciamento contundente. “Hoje, a presidente da República coloca de cócoras esse Congresso, ao estabelecer que cada parlamentar tem um preço. Os senhores que votarem a favor dessa mudança... Cada um vale R$ 748 mil”, tascou. Mesmo assim as novas regras para a meta fiscal de 2014 foram aprovadas.

Durante a campanha eleitoral, Dilma Rousseff brandava o que ela classificou de uma atuação exemplar frente ao cumprimento da meta fiscal. “Temos tido um desempenho na área fiscal inquestionável”, afirmava. O comportamento atual do governo, no entanto, mostra que ou ela não falava a verdade ou então não conhecia a realidade fiscal do país.

OS 11 QUE FICARAM DE “CÓCORAS” E DISSERAM AMÉM
Na bancada do Piauí, pode-se afirmar com plenitude, que apenas 2 dos 13 parlamentares que compõem o grupo teve a coragem de votar contra os ditames do Palácio do Planalto, os outros 11, todos disseram “sim” ao PLN 36 - o projeto que altera a LDO e livra Dilma Rousseff de descumprir a metal fiscal de 2014.

Os que não votaram foram Átila Lira (PSB) e Marllos Sampaio (PMDB-PI), embora tenham marcado presença na sessão que começou às 10h53 e terminou às 5h00 da madrugada.

Na Câmara, o resultado da votação foi 240 ‘sim’, 60 ‘não’, e 9 entraram em obstrução. No Senado, a votação foi 39 ‘sim’ e 1 ‘não’.

BARGANHA OFICIAL PARA APROVAR A "LEI DO CALOTE"
Última sexta-feira (28), a presidente Dilma Rousseff assinou o decreto 8.367/2014, que aumenta de R$ 7 bilhões para R$ 10 bilhões os recursos disponíveis para diversos ministérios.

Nesse decreto também há a previsão de R$ 444 milhões para o atendimento de emendas parlamentares de deputados e senadores.

Porém, a liberação desse montante fica “condicionada à publicação da lei resultante da aprovação do PNL 36 de 2014, a chamada Lei do Calote.

Da redação do Jornal da Parnaíba
Repórter: Rômulo Rocha - Direto de Brasília/180graus

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