A
campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição vai "importar" um
diretor do Instituto Lula para a equipe. A ideia é sintonizar os planos da
petista e de seu antecessor, além das agendas da dupla nos palanques. Lula
afirmou a dirigentes petistas que também atuará como "vendedor
ambulante" da gestão Dilma em reuniões individuais com empresários, sindicalistas
e representantes de movimentos sociais descontentes com o governo.
O PT
quer que Clara Ant, diretora do Instituto Lula, organize os compromissos do
ex-presidente com o time da campanha. Em 2010, ela coordenou o grupo que
cuidava dos subsídios para o discurso da então candidata, com números,
indicadores e todo tipo de informação sobre programas do governo Lula.
Até
agora, porém, nem Dilma nem o ex-presidente definiram quem fará a
"ponte" do Instituto Lula com a campanha. Atualmente, Clara dirige, em
São Paulo, o projeto Iniciativa África e coordena a agenda do chefe.
O
titular da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, deve ser o único
ministro a integrar a equipe da reeleição. Ele tentará apaziguar a tensa
relação de Dilma com os movimentos sociais e aproximá-la da Igreja Católica e
dos evangélicos. É, na prática, o mesmo papel que tem no governo, mas a
preocupação maior da campanha, hoje, é em aumentar a interlocução com setores
que se afastaram do PT, para conter possíveis protestos durante a Copa do
Mundo.
O chefe
de gabinete de Dilma, Giles Azevedo, deixou ontem o Palácio do Planalto e, na
próxima semana, se reunirá com dirigentes do PT. No núcleo da campanha, ele
ficará responsável pela agenda da candidata, em conjunto com o Instituto Lula.
Giles acompanha Dilma desde a época em que ela foi secretária de Minas, Energia
e Comunicações do governo Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul (1999-2002).
Tudo
bem. A cúpula do PT tem feito de tudo para desfazer rumores sobre divergências
entre Dilma e o antecessor. Na quarta-feira de Cinzas, por exemplo, o Instituto
Lula divulgou foto da dupla em reunião do Palácio da Alvorada, ao lado de
coordenadores da campanha. Ambos estavam sorridentes e de mãos dadas.
O
escritório político que vai abrigar a equipe da reeleição, em Brasília, deve
ficar pronto em abril. O novo comitê petista ocupará dois pavimentos do
Edifício Embassy Tower. Lá ficarão o presidente do PT, Rui Falcão, e auxiliares
como Giles, Charles Capella e Alessandro Teixeira, que cuidará do programa de
governo de Dilma. Capella e Teixeira trabalham na Casa Civil e deixarão os
cargos na próxima semana.
O
jornalista Franklin Martins, ex-ministro de Lula, ficará encarregado da
comunicação da campanha, incluindo o monitoramento das redes sociais. Ele terá
equipe própria, que trabalhará em outro imóvel.
Dirigentes
do PT afirmam que a estrutura da campanha será menor do que a de 2010, quando o
partido alugou cinco imóveis em Brasília. Agora, além do comitê, haverá uma
casa que servirá de estúdio para o marqueteiro João Santana gravar os programas
eleitorais de rádio e TV.
Ascom
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