18 de jan. de 2014

O silêncio inquietante do vice


Zé Filho: até o silêncio imposto pela clausura inquieta a classe política

As pessoas, principalmente os caciques políticos, têm se inquietado com o silêncio a que se submeteu o vice-governador Zé Filho depois que, na semana passada, foi anunciada a proposta de aliança entre PMDB-PSDB-PSB para formação da chapa que terá, respectivamente, Marcelo Castro para governador, Silvio Mendes, vice-governador e Wilson Martins, senador. Inquietam-se os que se valem da especulação para produzir factoides ao seu gosto e prazer. Inquietam-se os que fazem fuxico em cada mesa, cada esquina. Inquietam-se os que descreem nessa arrumação e, por paradoxal que seja, regojizam-se (pois também inquietam-se) os que sempre trabalharam para que nada desse certo. O silêncio do vice é inquietante, sim, para os que apostam no quanto pior, melhor. A última aparição pública de Zé Filho foi quando ele chegou a afirmar que poderia concordar com a chapa anunciada, mas deixou a entender (ou os especuladores procuraram decifrar nas entrelinhas) que os entendimentos atuais não são definitivos e que novos cenários podem surgir. Após o barulho ensurdecedor provocado pelo anúncio da grande aliança costurada por Wilson Martins, o vice saiu de cena, fez um mergulho profundo, procurando isolamento em sua fazenda, no município de Buriti dos Lopes. Mas ele retornou a Teresina na quinta-feira e vem, silenciosamente, obedecendo ordens médicas. O silêncio do vice é proposital, sua intenção é calar, enquanto cabeças esvoaçantes dão margem à imaginação de que ele espera que o governador se afaste para que ele possa assumir o comando da sucessão. Óbvio ululante. Outros especulam que o vice espera que o ‘cabeça da chapa’ anunciada não decole nas pesquisas e assim possa substituí-lo como candidato a governador. Há até quem espalhe que, assumindo, Zé lave as mãos para a eleição e fique apenas assistindo de camarote a disputa política. Portanto, o silêncio do vice é inquietante. Lembra Chico Buarque, em bela letra da consagrada música ‘Agora Falando Sério’: “Eu quero fazer silêncio/
Um silêncio tão doente/Do vizinho reclamar/E chamar polícia e médico/E o síndico do meu tédio/Pedindo pra eu cantar”.

Fonte: Portal AZ

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