6 de jan. de 2014

Braço com tecido morto foi motivo de amputação, diz ortopedista

A Coordenação da Ortopedia do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA) informou, quanto ao caso do José Demerson de Souza de Carvalho, de 13 anos, natural de Chaval (CE), vítima de uma queda de cavalo, que não houve negligência; mas a evolução de um quadro grave.
Braço amputado de menino não foi negligência afirma
Maynard Filho, o chefe da ortopedia do HEDA.
Maynard Gomes de Sá Quirino Filho, coordenador do setor no HEDA, disse que o garoto sofreu uma luxação no cotovelo, que é a lesão mais grave na ortopedia. Informou que Demerson foi atendido no dia 18 de dezembro do ano passado e recebeu alta na sexta-feira (20), e retornou no dia seguinte. A família relatou que não foram trocados os curativos e a atadura estava muito apertada. Ele teve o braço direito amputado.

Clique AQUI para acompanhar o caso Demerson
José Demerson de Souza de Carvalho, de 13 anos.
O ortopedista Maynard Filho informou que foi feita retirada de tecido desvitalizado, a lavagem com soro fisiológico e raio X de controle do internado. Segundo o médico, o menino estava com o braço necrosado (com tecido morto) pelo agravo da infecção e recebeu antibiótico venoso. Maynard destacou que havia areia no local da lesão e indícios de fezes de animal. A diretoria do HEDA informou, em nota, que a infecção pode ter sido agravada pela bactéria do tipo Clostridium perfringens.
Local onde Demerson caiu.
Disse ainda que a família não medicou o menino, segundo as recomendações, por não ter dinheiro para aquisição dos antibióticos. O chefe de ortopedia do HEDA, falou que José Demerson de Souza de Carvalho foi avaliado por oito ortopedistas que decidiram salvar a vida do paciente, evitando uma infecção generalizada, ao amputar o braço.  
Outro agravante, na lesão citada conforme o ortopedista, foi a demora no atendimento que levou mais de quatro horas. Segundo ele, a literatura ortopédica deixa evidente que a cada hora de luxação exposta sem tratamento aumenta em 10% o risco de infecção e que o paciente teve mais de 40% de chances de evolução inflamatória. Afirmou que o menino veio potencialmente contaminado do local do trauma.
O Proparnaiba.com esteve na manhã desta segunda-feira (06) na casa de Demerson Carvalho, no bairro Escondido, em Chaval do Ceará, onde ele estava no hospital da cidade para retirar alguns pontos da cirurgia. O garoto esta recebendo apoio da família e vem tentando se adaptar a escrever com a mão esquerda. Por instantes ele chora, ao refletir sobre sua situação, e depois sorri na presença dos amigos que o alegram.
O avô de Demerson, o José Ribeiro, disse que ao retornar de Parnaíba seu neto estava com a mão fria e depois do segundo procedimento, com a amputação, ficou sentido e abalado. Pois sustenta e é muito apegado ao menino, a ponto de ser chamado de pai. A família é muito humilde e vive no subúrbio. O local onde aconteceu o acidente é um lago raso muito frequentado por animais.
Edição do Jornal da Parnaíba | Por Daniel Santos/Proparnaiba

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