Impossibilitado de ir ao Rio de Janeiro para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude, acompanhei pelos meios de comunicação, juntamente aos meus familiares, toda a programação que marcou a primeira viagem internacional do representante de São Pedro em nosso país.
Assim como milhares de jovens de mais de 170 países, senti o especial chamamento que o papa Francisco fez, especialmente a nós, cristãos. Coincidindo com o momento no qual a Igreja Católica necessita de profundas transformações, o mesmo viu a necessidade de mostrar que está na juventude, não só o legado de uma geração, mas também os novos caminhos do rebanho de Cristo. Segundo suas palavras, a juventude com sua sede de mudança, seu espírito revolucionário, pode e deve buscar, segundo os ensinamentos de Jesus, difundir a palavra de Deus de amor à vida, ao próximo e ao exercício da solidariedade.
Quando o mundo nos mostra como ídolos o dinheiro, o sucesso e os prazeres efêmeros, como a droga, devemos nos lembrar que ‘‘ (...) um jovem foi crucificado por ter ensinado a gente a viver (...)’’*. Mencionando o exemplo de São Francisco de Assis, o Santo Padre sugere que tenhamos a coragem de sair do nosso conforto para ‘‘abraçar’’ nosso irmão que, muitas vezes, está ao nosso lado e não o vemos. Seja para auxiliá-lo materialmente ou espiritualmente, sendo este último o primordial.
Ao tomar para si o nome Francisco em seu papado, o representante maior de nossa Igreja também busca seguir os ensinamentos do venerado santo. Isso o aproxima da história de vida da bem-aventurada Madre Savina Petrilli que, por amor aos necessitados, fundou a Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena.
Segundo suas palavras, estamos sofrendo um processo de exclusão: não nos está sendo dada a oportunidade de absorvermos conhecimento, de nos expressarmos, nem de provocarmos mudanças nesse sistema perverso que nos coloca à margem, com os pobres, negros, favelados e idosos. Devemos sempre nos indignar perante os vários tipos de injustiças.
Assisti, ao lado de minha avó, Araceli Furtado Silva, Sua Santidade dizer que não devemos excluir os idosos; pois se somos o novo, a continuidade, eles são a fonte de sabedoria, os transmissores de valores dentro da base da sociedade, que é a família. Sou testemunha dessa verdade, pois a minha vida cristã atuante devo a minha avó, a seus ensinamentos (sua orientação).
Para atuar na propagação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo é preciso que o vivamos dentro de nossa família, praticando o amor, a compreensão, a assistência e a solidariedade. Porque não podemos passar adiante o que não temos em nosso coração.
O Sumo Pontífice enfatizou que a Igreja, como um todo, deve sair de sua clausura e ir aonde o povo está, não importando quão longe e difícil seja. Que a missão de todo cristão é atrair com a palavra de Deus aqueles que estão na escuridão, no abandono, na solidão. A Igreja deve ser um lugar de acolhimento, de segurança espiritual, onde todos se fortaleçam em Deus. Sua palavra deve ser propagada e Francisco quer que façamos isso; principalmente, nós jovens.
O marco dessa Jornada foi a acessibilidade por parte do Santo Padre, tanto na sua comunicação com os jovens, como fisicamente, quando dispensou o carro blindado e aproximou-se do povo em uma demonstração de simplicidade. Seu carisma e sua felicidade em estar junto aos fiéis provocaram uma empatia instantânea em toda a população brasileira, católica ou não.
Como devoto de Nossa Senhora, o papa prometeu retornar ao Brasil em 2017, ano da comemoração dos 300 anos do descobrimento da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, no rio Paraíba do Sul, em 1717, pelos pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves.
O Chefe da Igreja quer que a mesma siga o exemplo desse descobrimento: seja pescadora de novos seguidores da palavra de Deus, que acolha, cubra com carinho o seu rebanho, assim como os pescadores fizeram com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Que imitem a simplicidade deles no desempenho de sua evangelização, pois Deus é simples no amor a seus filhos.
Após uma semana de tão intensa troca de amor a Deus e ao próximo representado nos mais de 3,5 milhões de jovens que participaram desse encontro, aguardamos, ansiosos, a próxima Jornada em Cracórvia (Polônia), país do bem-aventurado papa João Paulo II.
Encerro com um trecho da carta do Papa Polonês à juventude: ‘‘Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia e que não tenham vergonha de tomar um refri ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos. Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro, de música, de dança, de esporte. Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais, amigos, alegres, companheiros. Precisamos de Santos que estejam no mundo; e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo, mas que não sejam mundanos.’’
Que Maria, Mãe da Divina Graça abençoe todo o povo piauiense!
Armani Celli Furtado Silva Bandeira
Acólito e Leitor da Igreja Catedral de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça e Aluno do Colégio Nossa Senhora das Graças – 2º ano A
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