9 de jun. de 2012

EMOCIONANTE - II Seminário em defesa da Memória, Verdade e Justiça: pela abertura dos arquivos da ditadura.


Emocionante, esse foi o tom da realização do II Seminário em defesa da Memória, Verdade e Justiça: pela abertura dos arquivos da ditadura. O evento ocorreu dia 06 de Junho, quarta-feira, no Auditório da Universidade Estadual do Piauí (UESPI), Campus de Parnaíba.
Segundo os organizadores do evento o Prof. Dr. Roberto Kennedy Gomes Franco do Curso de História da UESPI e a Prof. Dr. Tânia Serra Azul Machado Bezerra do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí – UFPI, o Seminário deseja trazer para o debate, possíveis outras Histórias da Ditadura Civil-Militar no Piauí entre os anos (1964-1988).
Participaram dos Debates:
Os familiares de Antônio de Pádua Costa,Sr. Raimundo Costa e Srª. Maria Olímpia Costa, irmãos do parnaibano Antônio de Pádua, morto na guerrilha do Araguaia em 1974. Foramexibidas fotos e detalhes da vida e morte de Antônio.
O Seminário foi aberto com apresentação do Projeto de Pesquisa: OUTRAS HISTÓRIAS DA DITADURA CÍVIL-MILITAR NO PIAUI, uma forma que o Grupo de Estudos Marxistas Piauiense encontrou para destacar a luta pela memória daqueles que foram “silenciados”, mortos e/ou torturados durante o regime militar.
O projeto tem como objetivos:
·         Realizar, transcrever e analisar entrevistas com familiares diversos, amigos entre outros que conheciam Antônio de Pádua Costa, assim bem como, localizar imagens e/ou outros vestígios de sua existência;
·         Questionar sobre que possíveis outras histórias da ditadura militar pós-64 podem ser escritas e/ou por que foram “esquecidas”, “silenciadas” no Piauí?;
·         Mobilizar sociedade civil, entidades jurídicas, acadêmicas, religiosas, escolas para o Debate sobre o Comitê Memória, Verdade e Justiça mediante o debate em torno da memória do guerrilheiro piauiense morto no Araguaia Antônio de Pádua Costa;
·         Foto-digitalizar os documentos do 1º Inquérito Policial Militar da Subversão, realizado pela 10ª Região Militar, encontrado tanto nos arquivos da 10ª Região Militar, situada em Fortaleza/CE, como nos arquivos da Associação 64-68 Anistia, também em Fortaleza/CE.
·         Mapear registros diversos, sobre prisões, monitoramentos, desaparecidos e/ou torturas de piauienses dentro e fora do estado.
·         Analisar nos arquivos digitais do Projeto Brasil Nunca Mais, disponível para acesso via internet, contendo a reprodução de 707 processos judiciais contendo cerca de 1 milhão de cópias em papel e 543 rolos de microfilmes, índicos sobre a memória da ditadura militar no Piauí.

Esteve presente também na segunda etapa do seminário, Antônio de Damião de Sousa, trabalhador Rural, membro do Sindicato dos Trabalhadores rurais de Campo Maior, recentemente anistiado, Sr. Damião, conforme ele mesmo diz: “foi judiado, torturado e quase assassinado (quando amarrado e jogado dentro do rio Poty em Teresina) pelo latifúndio capitalista de exploração do homem pelo homem na era da ditadura”, entre outras coisas lembrou das perseguições, fuga para os Estados Unidos, com o apoio da Igreja Católica, e ainda, da importância da Educação para os jovens de nossa era.
Se fezainda presente, Maria do Carmo Moreira Serra Azul: Economista e AuditoraFiscal do Estado do Ceará. Esta, durante a ditadura, organizou a revolta das saias no Ceará,considerada a maior manifestação feminina da América Latina na época.Foi Diretora do CESC-Centro dos Estudantes Secundaristas do Ceará e Militante de AP-Ação Popular. Maria do Carmo debateu sobre as torturas que sofreu, sobre as consequências do golpe civil-militar de 1964 para sua geração, como economista fez uma análise crítica de conjuntura das relações político-econômicas do Brasil nas últimas décadas, contextualizou os limites e possibilidades da comissão da verdade instaurada pelo governo federal em 2012, entre outras reflexões.
O evento simboliza a conquista da luta de muitos brasileiros que se mobilizaram pela punição dos crimes cometidos durante a ditadura civil-militar. No Brasil todo, têm sido criados Comitês em nome da Memória, Verdade e Justiça. Na cidade de Parnaíba, por iniciativa do Grupo de Estudos Marxista Piauiense – GEMPI, o Comitê foi criado dia 22/05/2012, nas dependências da Universidade Estadual do Piauí, reuniram-se no Seminário, pessoas e entidades diversas, representando a sociedade civil organizada em prol da Memória, Verdade e Justiça do povo brasileiro/piauiense.

O evento contou também com o apoio do Centro Acadêmico de História da UESPI de Parnaíba, Centro Acadêmico de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), de Parnaíba e do Diretório Acadêmico ‘3 de Março’ também da UFPI de Parnaíba.



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