A sinergia entre comunicação e política é fruto do avanço dos meios de comunicação a partir do final do século XIX, intensificado sobremaneira desde o começo do século XX e que tende a consolidar-se, em princípio, no século XXI.
Essa imbricação desemboca na construção ou destruição da imagem pública de políticos. O interesse em estar, aparecer e influenciar a mídia, é proporcional ao personalismo de cada político, principalmente dos medalhões da política nacional.
No decorrer da história política brasileira vários políticos souberam criar fatos, que visaram consolidar suas imagens públicas. A cobertura jornalística sobre política no Brasil sempre foi conceituada como exagerada, pois com a efervescência que se ergue sobre os meios de comunicação, cada declaração ou gesto de políticos notórios é reproduzido pelos jornais, televisões, emissoras de rádio e internet, sem, contudo, representar algo de novo.
Conquanto, um dos organismos responsáveis pela volta da democracia e da liberdade de expressão, foram os meios de comunicação, principalmente a partir de 1984, quando ocorreu a mobilização pelas “diretas já”, que reivindicava eleições diretas para presidente da República.
Atualmente, aparecer é inevitável é para alguns políticos, quanto mais, melhor, suas declarações são proporcionais às fotos, o que vale é sua imagem estampada, de preferência na primeira página. Os meios de comunicação se empanturram e se sustentam com essas fontes.
Então, como é que fica a questão ética nesse contexto? Infelizmente, a “ética de alguns jornalistas” e de algumas empresas confundem-se com interesses escusos de políticos. Princípio básico: o jornalista escreve para o seu leitor, o exercício de um jornalismo sério e ético é a pedra de toque do contrato com os leitores.
A imprensa hoje, mais do que em qualquer época, esta sendo pautada pelas informações vazadas e pelas declarações em off (termo que faz parte do jargão jornalístico), que pululam “no colo da imprensa”, vindas dos gabinetes do poder. Informações que visam denegrir a imagem de outros políticos e pessoas em particular, e são publicadas baseadas nas suas declarações, sem que com isso, os jornalistas procurem verificar a veracidade dessas informações.
O jornalismo baseado no denuncismo só tem uma explicação: a “guerra pela audiência” quantas primeiras capas as revistas conseguiram ou quantas primeiras páginas os jornais publicaram. Sobram acusações, mas faltam investigações e análises das denuncias.
A mídia precisa deixar de olhar o que um concorrente está fazendo para conseguir os furos de reportagens, pois, muitas vezes, não passam de puro denuncismo. O jornalismo de qualidade não é feito informações vazadas ou de declarações vil, mas sim, na apuração exaustiva do fato.
Não podemos também isentar os inúmeros sites e blogs que estão a se mostrar de uma forma medíocre e sem nenhuma qualidade, levando pessoas (internautas) a se digladiarem em comentários infundados e mesquinhos, dividindo em lados A ou B confrontando seus pensamentos e partindo para baixarias, agredindo cidadãos e cidadãs de bem, nem sempre quem está em noticia merece o nosso desprezo, pois devemos levar em consideração os vários lados existentes nos fatos.
Não podendo assim, haver entrelaçamento entre jornalista ou veículo de comunicação com partidos políticos ou políticos, pois as visões subjetivas de ambos não podem distorcer os relatos dos fatos.
Felizmente, parece que os cidadãos e alguns setores da mídia estão cansados do princípio de que os fins justificam os meios. Recentemente o trabalho sério da mídia, com investigação, apuração precisa e isenção jornalística revelou-se de suma importância na luta contra a impunidade.
Aos poucos a Câmara dos Deputados e o Senado, lugar freqüentado pelos mais respeitados homens públicos do país, como Prudente de Moraes, Rui Barbosa, entre outros, caminham, a passos lentos, é bem verdade, mas andam no sentido de moralizar a política nacional.
Lembremo-nos do ex-senador Luiz Estevão que foi o primeiro senador da história da República a ter o mandato parlamentar cassado pelo Senado, podendo citar outros dois ex-senadores, Antonio Carlos Magalhães e José Roberto Arruda optaram pela renuncia para não ter o mesmo destino do colega de senado.
Podemos citar também o nosso Piauí, com governador cassado, inúmeros prefeitos, sendo assim apontado como um dos Estados que mais teve prefeitos cassados na história do país.
As informações precisas e isentas são a base da sociedade democrática. O jornalismo investigativo deve procurá-las, para existir um controle ético da noticia.
Ana Paula.
Edição Blog do Pessoa
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