Carta Aberta

Carlson Pessoa

Caro professor Renato Santos.

          Recebi com atenção e surpresa seu e-mail datado de 10-06-2011, em que Vª Sª, corre em defesa do atual Vice-Prefeito Municipal, Dr. Florentino Alves Veras Neto, alegando que promovo ou comando, induzido por interesses de terceiros, uma campanha “sórdida” contra um “pai de família” digno e de caráter.

         Gostaria de esclarecer ao dileto professor, que milito na imprensa parnaibana há 20 anos, tempo em que convivi com o poder e também fora dele, tempo que me foi suficiente para crescer profissionalmente e como pessoa humana, tempo que me fez entender que o lado familiar, pessoal dos agentes públicos deve ser preservado. E uma coisa tenho a tranqüilidade, (meus leitores e ouvintes são testemunhas) nunca fiz críticas que atentassem contra a honra ou a família do Dr. Florentino Neto. Os “vitupérios” que o senhor faz referência nunca apareceram no corpo das matérias por mim escritas, podem até surgir em comentários dos leitores indignados com ações que o vice- prefeito, como agente público, comete ou promove.

          Ao longo desse tempo e principalmente nos últimos sete anos tornei-me, praticamente, a única voz livre da mídia parnaibana, visto a “Lei da Mordaça” imposta pela Prefeitura Municipal à mídia local, em troca de contra cheques graciosos e contratos milionários com blogs, jornais, rádios e tevês.

         Tenho, como jornalista e radialista, como bem frisou o amigo em seu e-mail, o dever de “alertar” e “criticar” em nome do interesse da cidade. E é exatamente isso que tenho feito. E tenho feito de maneira livre e determinada. Os meus quarenta e nove anos de idade não me permitem ser forçado, conduzido ou obrigado a mais nada. Até mesmo em relação aos meus pais, a quem amo verdadeiramente, o cordão umbilical já se foi e deles só absorvo os bons conselhos. Acredito que o papel de marionete cabe muito bem aos amigos do paço municipal e detentores das benesses e favores do poder público.

           Acredito que o “deboche” não reside nas criticas “maliciosas” e “infundadas” a que o senhor faz referência, mas o verdadeiro  deboche existe e é por parte da autoridade municipal, quando tenta viabilizar uma carreira política para deputado ou prefeito, distribuindo portarias, cooptando adversários, hipotecando consciências e onerando vilipendiosamente as finanças públicas municipais em nome de seus interesses pessoais e corporativos.

        O nobre professor diz que somos “agressivos” e “medíocres” em fazer nossas criticas ao Dr. Florentino. Agressividade comete o homem público, contra seu próprio povo, quando aplica o dinheiro que esta faltando para o material didáticos nas escolas municipais e beneficia futuros aliados com gordos contra cheques. Desleal e medíocre é a autoridade que se utiliza dos recursos que faltam nos postos de saúde para compra e alugueis de prédios e terrenos que nenhuma serventia tem à municipalidade, somente para acomodar e satisfazer os amigos do poder.

          O senhor tem razão... As conseqüências desses atos estão ocorrendo em “tempo real” ... O povo mais humilde de nossa cidade tem sido privado daquilo que lhe é de direito. O povo tem pago um preço  muito alto. Tudo em nome de um projeto e de uma ambição particular desse seu familiar.

          Tenho receio de seguir seu conselho e procurar o Dr. Florentino, afim de aparar as arestas em um “ dialogo franco”  e aberto, e ser afrontado com alguma forma de cooptação pois essa é a linguagem falada na “Itauna” e é a moeda corrente nas secretarias e departamentos da prefeitura municipal .

   Prefiro ficar, mesmo incompreendido por alguns, em defesa de minha convicções, que julgo ser, também, a da maioria dos parnaibanos, do que me juntar ao coro uníssono dos lacaios da corte. 

Um abraço.

Carlson Pessoa.