23 de mar. de 2011

Secretário discursa a favor do turismo sustentável na Universidade Estadual do Piauí

Sec de Turismo Jornalista Arlindo Leão
Na manhã de hoje, o secretário municipal do turismo de Parnaíba, Arlindo Leão, esteve no auditório da Universidade Estadual do Piauí, participando do “I Fórum de Discussão sobre a Gestão Social da Água e dos resíduos Sólidos no Município de Parnaíba para o Desenvolvimento do Turismo Sustentável”. Na ocasião, o secretário, que deu início ao ciclo de palestras, ressaltou a importância da sustentabilidade para o crescimento turístico da cidade. Abaixo, confira o discurso na íntegra:

Gostaria de saudar todos aqui através da mesa composta e das demais autoridades.
Faço minhas as palavras do filósofo brasileiro Carlos Roberto Cirne-Lima que afirmou:

             
“Quem é bem pensante percebe que, para haver Justiça, a diferença entre ricos e pobres não pode ser aceita assim como de fato está. E os bem pensantes, os que são éticos e querem agir eticamente, identificam-se com os pobres. Se existem pobres, então também nós queremos ser pobres. Se existem pobres, queremos ser iguais a eles. Daí as sociedades comunitárias e igualitárias, desde os primeiros cristãos até os hippies da paz e do amor. Daí a forte identificação dos socialistas e comunistas com a classe dos trabalhadores. E assim está formada a confusão. Pois, como sabem os sábios e os malandros, só o intelectual metido a besta é que deseja ser pobre. Quem é pobre, pobre de verdade, quer mesmo é ficar rico. Estabelecer a igualdade por baixo, pela base, pelos miseráveis, significa transformar a pobreza em um grande valor ético. A pobreza não é valor nenhum, ela é um mal social que é resultado de ações eticamente perversas. A pobreza, isto é, a miséria, não é uma virtude, mas um mal a ser evitado. Os sábios e os malandros sabem disso. E não falam por quê? Os malandros não têm interesse em contar, os sábios muitas vezes não sabem se expressar. Ficamos, como se vê, sem solução prática e sem solução teórica”. Estas palavras, pontuadas por uma das maiores autoridades da filosofia contemporânea brasileira, Carlos Roberto Cirne-Lima, me servem de introdução a um raciocínio convergente, mesmo que de forma ligeira, a uma luz resolutiva à desigualdade existente entre aqueles de poder aquisitivo e aqueles que nem mesmo o possuem.
            
Nestes quase três meses em que assumi a Secretaria do Turismo pude, pelos olhos que a confiança e o empenho sempre me reservaram, abolir alguns dos tantos estratagemas que, como erva daninha, impregnava-me o pensamento, assim como o de muitos, um deles, senão o pior, dita que “Turismo é coisa para gente rica”. A realidade, porém, não é bem assim. Antes uma solução social, econômica e pátria, o turismo não é construído apenas com boas intenções de uma minoria empresarial, ele reserva, em seu conjunto de fatores, uma gama imensa de alternativas viáveis cuja base deste sustentáculo está tanto a beleza natural quanto a força empreendedora de um povo que preserva, em seu seio, a sua via de acesso artística, identitária e ambiental. O turismo, portanto, não é coisa para gente rica, ele é, antes, coisa para uma população culturalmente ativa, sabedora de suas raízes, que sabe empreender, como saída sustentável, este viés de oportunidades e respeito ao meio ambiente.
O poder público, por exemplo, é fundamental e de maior relevância neste processo, já que é a partir dele que estas incandescências culturais e sustentáveis são potencializadas, desequilibrando, naturalmente, este disparate entre ricos e pobres dos quais citamos através das palavras do filósofo brasileiro no início deste pronunciamento. A propósito, a meu ver, esta diferença material que impregna nossas mentes pouco ou nada importa quando nos preocupamos, na realidade, com a riqueza espiritual de um povo que produz, respeita, conserva e muito orgulha, por sua arte e engenho, a vibração ativa e hospitaleira de uma dada população, refiro-me, pois, a cada pai de família que tem na arte o seu ganha-pão, cada artesão, escultor ou artista plástico, ator, poeta, empresário, professor, estudante, trabalhador... enfim, cada cidadão que mantém viva, às vezes sem apoio, sem carreira, a chama acesa de sua identidade, sua história, seu meio, sua alegria e, acima de tudo, perseverança.
Necessária é a alusão desta passagem em prol de todos que como beija-flores, cumprindo a sua parte, contribuem decisivamente para o nosso progresso, e nós, do poder público, que nada mais somos do que um elo estratégico entre todos, sabemos de suas importâncias para o turismo de uma cidade tão rica como Parnaíba. Esta terra a qual fazemos parte não pode, nem deve, sobreviver apenas da bênção dada por Deus, que é a Natureza. Antes de seu agraciamento pleno, devemos, com o empenho e a imaginação artística que possuímos, saber aproveitá-la através do dom que a inspiração nos concede transformar, de forma sustentável e construtiva a matéria-prima natural em algo que encanta o mundo e atrai povos dos mais distantes confins, admirados pela sabedoria popular parnaibana. As perspectivas, portanto, devem primar por uma sustentabilidade que integre tanto a formulação de estratégias práticas e viáveis como, de igual intensidade, a manutenção dos processos ecológicos essenciais, a conservação de nossa cultura e biodiversidade, e é aqui que acrescentamos neste rol, a água, já que ela, hoje, é temática forte deste evento. Entendemos, assim, como correta a investidura do presente que pensa no porvir e atua de uma maneira que faça com que estas bases citadas se fixem em um equilíbrio ecológico-social de forma duradoura, e em longo prazo, e sirva, que é um dos nossos principais objetivos, para as gerações que nos sucederem.
Como todos nós sabemos, o turismo é uma das saídas para o desenvolvimento desta cidade, que no século passado assistiu a decadência inevitável do seu comércio com a desvalorização das principais fontes financeiras, como a cera da carnaúba. Através desta nova fase, que retomará e impulsionará as forças comerciais parnaibanas, é quase impossível não admitir que já estejamos vivendo uma nova realidade construída de forma positiva, cuja marcha inexorável, como diria o saudoso Monsenhor Sampaio, reflete aquele que será, nos próximos anos, e por todo a nossa geração, o Terceiro Grande Ciclo Econômico da história de Parnaíba.
É importante que entendamos que esta não é uma realidade isolada do resto do mundo. Parnaíba, como bem os senhores sabem, caminha a par e passo de uma conjuntura internacional que observa no turismo, na sustentabilidade, na energia limpa e no respeito ao meio ambiente, o impulso que rege o nascimento de um novo mundo, uma nova geração de princípios políticos menos agressivos ao meio, capazes de combinar inteligência, praticidade, agilidade e eficiência. Com isso, e por todos os anos seguintes, as ações pró-turismo devem ser a nossa bandeira, assim como o é nos países de primeiro mundo como Espanha, Itália e França, que tentam explorá-lo de forma intensiva e elaborada. É dentro deste roteiro que, a meu ver, se impõem três palavras-chaves: Planejamento, desenvolvimento e sustentabilidade; e é o que nos traz hoje até aqui. Torno a repetir: É inadmissível a exclusão de políticas públicas que viabilizem o processo produtivo e sustentável de um povo, de uma região. Por estarmos envolvidos nestas correntes de pensamento, é que enxergo uma nova Parnaíba nascer nos últimos tempos. Nossos concidadãos, cada vez mais confiantes, e outros mais de outras partes do País e do mundo, têm sentido todos os processos desenvolvimentistas que nos cercam de forma inevitável, repito: Inevitável; e empreendem um ritmo de aproveitamento das potencialidades e recursos territoriais para o desenvolvimento de ideias acessíveis ao incremento do turismo regional de forma sustentável e ativa, porque esta é a nova ordem de lei do mundo civilizado, cada vez mais harmonizado com o meio ambiente. Com isso, quero ressalvar a prova de minhas palavras, transgredidas em duas grandes associações que se organizaram e levantaram, de forma bastante louvável, a bandeira deste setor e têm corroborado para o desenvolvimento regional, falo da Associação das Empresas Turísticas da Rota das Emoções e da Agência do Desenvolvimento Regional Sustentável.           

Muito obrigado!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente essa postagem

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...