Benjamin Santos |
O que pensam os parnaibanos?
O jornal O Bembém
foi às ruas e perguntou a várias pessoas o que acham do estado
degradante em que se encontra o prédio da antiga escola União Caixeiral?
Aí vão alguns depoimentos.
Raimundo Silva, mototaxista
Eu
era bem pequeninim quando meu pai trouxe a gente do interior de
Araioses pra morar aqui e eu via esse prédio e achava bonito. Sempre
achei. Ainda hoje é. Mas está se deteriorando. Por que? Cleto Sandys
Professor na Uespi, Parnaíba
O
suntuoso prédio, lançado em setembro de 1922 e concluído em junho de
37, tornou-se para Parnaíba uma referência na formação de valores que na
época se confundiam com os da própria cidade. Essa escola
deixou marcas indeléveis do tempo e, hoje, urge uma reforma. É uma
escola que possibilitou aos jovens a ascensão em determinadas posições
de destaque na sociedade e no comércio de acordo com apontamentos dos Almanaques da Parnaíba.
A União Caixeiral desde 1918 esteve engendrada no cotidiano parnaibano,
como um manancial causador de eventos e discursos ideológicos da
sociedade, com conceitos legitimamente reconhecidos e que hoje
infelizmente estão sepultados pelo abandono em que se encontra.
Adriano Ferreira de Oliveira, estudante de Turismo da Federal, 5º bloco
Eu
já vejo uma certa inclinação na fachada. Olhe bem que você vê. Com as
próximas chuvas, o prédio pode desabar. É um perigo para as casas
vizinhas. Um prédio de valor histórico como a Caixeiral! Iweltman Mendes, professor na Federal, Parnaíba O
prédio se deprecia como imóvel e, como História, cai no esquecimento
das gerações atuais. A venda foi uma negociação não muito explicada. Régis de Ataíde Couto, arquitetoÉ
lamentável! Meu pai foi professor lá; meu irmão estudou. É um prédio
tombado a nível nacional e tem de ser preservado. Os proprietários têm
obrigação de zelar. Deve haver algum meio para se exigir isso. Ou então é
caso de punição.
Idelmar Cavalcante, coordenador do Curso de História, UESPI, Parnaíba
Acho
um absurdo que poucas pessoas se preocupem com a situação em que se
encontra o prédio da Caixeiral. Uma cidade não se alimenta só de
recursos financeiros e política. Também se alimenta de memórias. Se um
dia esse prédio for abaixo, Parnaíba perderá um pedaço importante de sua
alma. Será um pouco menos a Parnaíba que conhecemos. E pelo que conheço
sobre a relação entre a sociedade parnaibana e esse prédio, eu posso me
arriscar a dizer que o seu fim seria trágico para muitos. Então porque
não se mobilizar para evitar que ele morra à míngua?
Luís, mototaxista, com ponto no Bradesco
Um prédio desses! É triste! Como é que deixam? Como é que pode? Quixaba, coordenador de História no Colégio das IrmãsÉ
um estado lamentável. Eu e o músico Gregório tentamos alugar o prédio
para montar um centro cultural, mas os donos não aceitaram. Estão
dispostos a vender; alugar, não. E lá dentro? Precisa ver: o cupim está
comendo tudo.
Leia a matéria completa em O Bembém, nas bancas da Parnaíba.
Por Benjamin Santos/costanorte.com
Edição Blog do Pessoa
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