17 de out. de 2010

O BRASILEIRO ESQUECIDO.

Em sua reta final, a campanha eleitoral termina sem que os candidatos à presidência da república tenham sido claros sobre suas propostas centrais para eliminar as distorções estruturais que limitam o desenvolvimento do país.
Uma pena. Deveriam aproveitar os espaços disponíveis na mídia e dedicar-se mais sobre discussões profundas a respeito do Brasil e do seu lugar no mundo à luz da história, para que não se repitam no futuro os erros do passado.
Até o momento, as questões foram pautadas pelas pesquisas nas intenções de voto, a mesma força que moldou as opiniões dos candidatos sobre os temas que chegaram a tocar nos amarrados debates televisivos. Sem medo do perigo das generalizações, ficou óbvio que eles preferiram responder às demandas de grupos de pressão específicos, principalmente aqueles organizados e com interesses corporativos.
Falaram para negros, índios, idosos e deficientes físicos. Fizeram promessas aos milhões de dependentes de programas de repasse de verbas, os beneficiado pelo Bolsa Família.Mandaram recados aos funcionários públicos avisando que eles não perderiam no futuro e que suas profissões seriam ainda mais valorizadas.Tudo correto.Os grupos especiais precisam de tratamento especial.Eles sabem o que querem e dão seu voto a quem os trata bem.
Mas teria sido saudável se os candidatos tivessem dedicado mais tempo ao brasileiro esquecido, aquele sujeito das classes produtivas que trabalha cinco meses por ano apenas para pagar impostos. Os pequenos e médios empresários que empregam sete em cada dez brasileiros com carteira assinada. As demais empresas, que contratariam mais gente e pagariam melhor seus funcionários se não tivessem de entregar aos governos um real para cada real que pagam de salário. Falar para esse brasileiro esquecido exige que se abra a agenda esquecida, a as reformas estruturais que libertariam as potencialidades capazes de levar e sustentar o Brasil a níveis de crescimento econômico e de desenvolvimento muito maiores do que aqueles que nossa atual configuração permite sonhar.
Faltou falar que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não deixou uma “herança maldita”, mas,ao contrário,lançou as bases do Brasil estável, equilibrado, de finanças públicas saudáveis e pacífico que hoje desfrutamos. Que o erro de FHC foi justamente trabalhar para o brasileiro esquecido – fazendo o bem geral ao custo de desagradar aos interesses organizados. FHC fez o que precisava ser feito, enfrentou corporações (não a dos bancários, mas de banqueiros), valeu-se de seu enorme prestígio pessoal com os grandes mandatários do mundo para impedir que o Brasil quebrasse diante das crises mundiais formidáveis e repetidas e do ataque especulativo dos piratas financeiros.
Não é preciso retórica para defender o legado de FHC. Os números bastam.
Quando alguém fizesse acusações caluniosas de que FHC privatizou estatais, vendendo-as a preço de banana,seria necessário levantar vozes para lembrar que toda a receita arrecadada com a privatização foi inferior ao total de passivos assumidos pelo Tesouro durante o governo.A venda das estatais totalizou 108,1 bilhão de reais.A limpeza dos “esqueletos” no armário responsáveis pela inflação inercial que inviabilizava o Brasil foi de 148,1 bilhões de reais.Os esqueletos eram os créditos podres que minavam o sistema bancário – não apenas o privado,mas também o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.Os esqueletos eram as dívidas gigantescas acumuladas por estados,inclusive o nosso Piauí, cujos governantes,na prática,tinham conquistado o direito de emitir moeda – tornando inócuo qualquer plano anti-inflacionário.Sem eliminar essa,sim,herança maldita que recebeu de governos passados,FHC não teria deixado nenhum legado louvável.
Discutir a herança de FHC na perspectiva correta teria dado aos candidatos a chance de entender melhor o Brasil e de dar mais consistência a suas propostas para o futuro.

José Cardoso de Araújo Sobrinho
Economista.

11 comentários:

  1. parabens pelo excelente artigo professor,a verdade tem que ser dita doa a quem doer.Quem vota em Dilma esqueçe o legado de FHC e que Lula pegou um cavalo selado,desse jeito ate eu fazia a mesma coisa que ele.

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  2. Zezinho,formidável, brilhante suas colocações. Ninguém expressou tão bem a importancia de FHC para o equilibrio econômico do nosso país. A politica paternalista e assistencialista combatida pelo PT hoje é sua marca registrada. E essa politica é sustentada graças a todos nós que pagamos uma carga tributária mais alta.

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  3. ESSE CARA NÃO DISSE COISA COM, PETISTA É ASSIM MESMO.

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  4. Caro amigo José Cardoso, para sabermos do legado do governo FHC, basta ler os seguintes livros: "BRASIL PRIVATIZADO II", do autor Aloysio Biondi, lançado em 2000, ou "DESMONTE DA NAÇÃO EM DADOS",do autor Ivo Lesbaupin, lançado em 2002. Ambos, falam do verdadeiro legado do governo FHC, e não esquecendo que o presidenciável SERRA fazia parte e era até um dos responsáveis neste governo! VC como um bom economista deve ter lido pelo menos um destes livros. Agora, que no segundo turno está existindo um deboche contra os "esquecidos", aí sim, eu concordo!Pois, agora existem apenas discursos vazios e uma onda de ataques pessoais, esquecendo eles de apresentarem novos projetos e, ou, até mesmo um programa de governo viável que engrandeçam de vez a nossa nação! A herança que todos os brasileiros possuem é a garra de lutar e a esperança de um governo que nos traga dias melhores!
    professorrilton@ig.com.br

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  5. Se o Lula continuasse com aquela política de FHC, o Brasil tinha quebrado..

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  6. essa é a cara do pt, papgaio come milho, periquito leva fama! dai a cezar o que é de cezar.... excelente pensamento! parabens!

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  7. Ótimo artigo para refletir e se lembrar que Lula e o PT foram oposição por mais de 20 anos, entre 1980 e 2002. No Congresso brasileiro, a bancada petista votou sistematicamente CONTRA quase todos os projetos apreciados, como o de criação do Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e mesmo a Constituição de 1988. Os adversários discordavam, mas sempre respeitaram a posição dos petistas, mas atualmente os petistas não respeitam a opinião da oposição, querem aniquilá-la.
    De fato, os petistas eram contra aquilo que serve hoje para vangloriar-se frente ao eleitor. Abraham Lincoln constatou: "Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder."

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  8. Um excelente artigo também publicado pelo Proparnaíba e Administradores, porém não é da autoria do citado economista, José Cardoso de Araújo Sobrinho de Parnaíba. Todo o texto utilizado pode ser lido na Revista "VEJA", edição 2.185, de 06/10/2010, páginas 89 e 90, cujos autores da reportagem são Diogo Schelp e Giuliano Guandalini com reportagens de Kalleo Coura, Luís Guilherme Barrucho, Marcelo Sakate e Renata Betti.

    É uma pena que o Senhor José Cardoso de Araujo Sobrinho, que se intitula como economista, doutorando em economia, mestre, pós-graduado em gestão educacional e docência superior, especialista em gestão de organizações e gestão talento da empresa, se aproveitou do trabalho de repórteres de "VEJA". Isso é no mínimo plágio!!!

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  9. Esse cara e um Otário metido a jornalista.
    Onde foi que ele aprendeu?!!!! Quem pensa que é. Economista de meia tigela.
    Professor?

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  10. Eta! O professorzinho José Cardoso de Araújo Sobrinho plagiou! Apresentou a obra dos outros como se fosse dele. Que vergonha decorar-se com as plumas dos outros, professorzinho talentoso.

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  11. Esse cara é fradulento. Cópia artigo dos outros para a aparecer na midia parnaibana.
    Meu amigo foi que o Chico da moto se fez...
    desista de ser articulista...
    Seu caso é caro de polícia.
    Pior que os gêmeos ladrões do centro de Parnaíba.
    Cara de Pau!
    O que este professor tem a ensinar?

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