15 de ago. de 2010

EM TEMPO: Parnaíba 166 anos

Parnaíba é "minha" sim. É a cidade onde cresci, vivi e ainda vivo. Amo-a de paixão. Impossível identificá-la com simples palavras. É brutal. É cosmopolita, é caleidoscópica, é espantosa, é dinâmica, é estranha, é vibrante, é improvisadora, é contraditória, é ousada. Todas estas e muitas mais a identificam.
Alguém disse que Parnaíba tem o charme do Rio de Janeiro, onde se concentram as cabeças inovadoras do Piauí. Pode até ser, mas Parnaíba é Parnaíba, com sua própria identidade que é a soma de tudo isso:charmosa, culta, "multitudo".
Amo Parnaíba pelos contrastes entre o belo e o feio, o bom e o ruim, o antigo e o moderno.
Amo seu visual caótico, com casas de todos os tipos, tamanhos e cores; o vermelho, verde e amarelo; suas mil faces, brancas e negras.
Amo a Parnaíba multicultural e multirracial e sua aceitação incondicional e sem preconceito dos que chegam a ela.
Enfim, amo tudo de Parnaíba. E por amor aceito suas qualidades e seus defeitos, suas vantagens e desvantagens. Quero escrever sobre ela, passar minhas emoções, compartilhar com outros que lhe dedique idêntico amor.
Mas, escrever sobre Parnaíba é uma temeridade. É um teste de múltiplas escolhas. Do que escrever? Escrever sobre a Parnaíba dos nossos sonhos? Sobre a cidade surpresa? Sobre a saudade de uma Parnaíba de dantes?
Para quem escrever? Para aqueles que também amam Parnaíba porque "Só quem ama é capaz de ouvir e entender estrelas", como disse o nosso Olavo Bilac.

José Cardoso de Araujo Sobrinho

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