ZÓZIMO TAVARES: O palanque tucano no Piauí

A cúpula do PSDB dá conta de que o partido só não terá candidato a governador em dois estados, nas próximas eleições: Amazonas e Ceará.
Em outras palavras, os tucanos dão como certa a candidatura própria ao Governo do Piauí. O nome do partido para concorrer ao governo é o do prefeito Sílvio Mendes.
A exemplo do governador de São Paulo, José Serra, que quer concorrer à presidência, mas vem adiando sistematicamente a definição apenas para março, o prefeito de Teresina também sonha em concorrer à sucessão do governador Wellington Dias, porém empurra igualmente a decisão para o próximo mês.
O PSDB quer e precisa de um candidato a governador no Piauí e nos demais estados, para que haja também um palanque para Serra. Nesse sentido, as conversações estão bem adiantadas em torno do prefeito Sílvio Mendes, que vem se preparando para sair no início de abril. Seu nome tem boa aceitação popular e é capaz de atrair forças políticas de outras siglas.
O blocão do governo andou procurando assustar o prefeito de Teresina, nas últimas semanas, de modo a desencorajá-lo a entrar na disputa. Várias pesquisas de intenção de voto foram distribuídas sinalizando que ele parou de crescer.
Antes que os números pudessem produzir algum efeito junto a Sílvio, foi a própria base governista que tremeu. O PT avançou o sinal, sustentou que a candidatura do secretário Antônio José Medeiros é irreversível e o senador João Vicente Claudino caiu em campo para advertir que isso seria uma quebra de acordo. Conforme o senador, os parâmetros do entendimento em torno do candidato do esquema governista são outros.
O abalo na chamada base governista favorece a oposição, mais especificamente o nome do prefeito de Teresina. Se, por algum motivo, porém, ele não se apresentar como candidato – o que a estas alturas é pouco provável, mas perfeitamente possível – não será surpresa que o palanque do PSDB no Piauí venha a ser montado pelo ex-prefeito e vereador Firmino Filho, outra vez como candidato do partido ao governo.