21 de fev. de 2010
Processo da operação peçonha é o maior em tramitação no Estado
A Operação Peçonha, deflagrada em julho de 2009, deu origem ao mais volumoso processo criminal em tramitação no Piauí. O promotor Meton Filho não sabe precisar o número de páginas, mas diz que são 24 volumes de documentos que trazem provas, depoimentos, laudos e a defesa dos 35 acusados.
A quantidade de documentos exigiu um esforço extra do Ministério Público. Quatro promotores foram mobilizados só para elaborar a denúncia, escrita em nada menos que 50 laudas.
Isso mostra o tamanho e a complexidade da quadrilha desbaratada pela Policia Federal. A organização criminosa, segundo o inquérito policial, era especializada em tráfico de drogas, roubos e assassinatos e atuava em vários Estados.
Entre os presos está José Maria de Araújo, o “Cobra” [foto acima], considerado um dos maiores traficantes de drogas da região norte do Piauí e os irmãos Guilherme Jensen dos Santos Safanelli e Ângelo Luiz dos Santos Safanelli, o “Anjo da Morte”.
Pela extensão das atividades da quadrilha, o Ministério Público não descarta que novas denúncias surjam ao longo da tramitação desse primeiro processo.
Quadrilha movimentava “empresa” de drogas
No dia 02 deste mês, quando a justiça convocou “Cobra” para depor no processo iniciado a partir da “Operação Peçonha”, moradores do bairro Santa Luzia, de Parnaíba, se aglomeraram na porta do fórum da cidade e promoveram uma manifestação em defesa do acusado.
O fato chamou a atenção do promotor Meton Filho. “Quem tem apelo popular é porque tem algum trabalho pela comunidade. Eles [acusados] são políticos? Não. Têm algum trabalho pela comunidade? Não”, diz.
A popularidade do acusado é atribuída à movimentação econômica que o tráfico de drogas gerava na região. O vínculo entre os manifestantes e “Cobra” é, acima de tudo, financeiro. A “empresa” mantida pela quadrilha empregava pessoas, gerava renda e movimentava o comércio do bairro.
Testemunhas
As testemunhas arroladas pelo Ministério Público para depor contra José Maria “Cobra” são, basicamente, os policiais federais envolvidos na “Operação Peçonha”.
A defesa alega que nenhuma grama de droga foi apreendida com o acusado. A promotoria rebate com o argumento de que a investigação partiu de várias apreensões de drogas na região. Por isso, o depoimento dos policiais é fundamental.
“Quem tem medo não tem independência”
A quadrilha desbaratada pela Polícia Federal é de alta periculosidade. Alguns depoimentos minuciam as atividades do grupo. Há relatos de tentativas de homicídio entre os próprios traficantes, em uma franca disputa de poder e respeito.
Se o promotor Meton Filho tem medo dos acusados? “São os preços que o ofício cobra a você. Quem tem medo não tem independência. Medo eu não tenho; eu tenho cautela”, responde.
Fonte: AZ
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“A sociedade é a única responsável pelos criminosos que tem." (Adão Myszak)
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