Com o título acima, o jornalista Cláudio Barros escreveu lúcido e oportuno artigo sobre o momento vivido pela imprensa brasileira. De tão oportuno, transcrevo-o na íntegra:
“Parece até um discurso ensaiado, mas a verdade é que vem crescendo o coro uníssono de gente que fala em estabelecer marcos legais para que a mídia tenha garantida a sua liberdade.
A regulação teria por motivo estabelecer “responsabilidade”. Na visão de antigos arautos da liberdade de expressão, jornalistas e veículos estariam usando a informação como traficantes se utilizam de drogas: para desencaminhar a sociedade.
É fundamental lembrar que a liberdade de expressão não é um favor gentilmente prestado pelo Estado ou governante de plantão. Trata-se de uma conquista da sociedade, aliás, tão importante que é cláusula pétrea em qualquer Constituição que se dê o respeito.
E mesmo sendo uma cláusula constitucional removível apenas por uma Assembléia Constituinte, é bastante razoável que se imagine a impossibilidade de se pôr um fim a este conceito universal de liberdade.
São lobos os pregadores de uma nova ordem, uma regulação para a liberdade, mas capaz de criar meios legais de censura.
Eles vestem suas melhores peles de cordeiro com o fito de disfarçar suas intenções nada democráticas de colocar a imprensa sob jugo de seus interesses nada democráticos. Falam de “responsabilidade”, mas querem verdadeiramente instrumentos legais coercitivos para impedir a livre expressão.
Para essa gente que está sempre à espreita para golpear a liberdade de expressão, é conveniente rememorar sempre uma frase tirada de um artigo de Elio Gaspari, publicada na quarta-feira: “A imprensa já fez muito mal ao mundo, mas a Constituição não manda que ela seja boa, manda que ela seja livre”.
O senador Heráclito Fortes, que tem estreitas e intensa relações com a imprensa, desde o início de sua carreira política, produziu uma máxima que dimensiona bem o papel da mídia, sobretudo na cobertura dos escândalos que abalam o país: "Prefiro uma imprensa que se exceda a uma que se omita".
Zózimo Tavares
A imprensa tem lá sua liberdade, mas caminha ao lado da justiça e da verdade. Caso contrário, terá a sua mensagem censurada, punida pela Justiça. Tem lá seus direitos e deveres. A palavra constrói, mas também pode derrubar um grande e poderoso império.
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