Prof. Dr. Geraldo Filho – UFDPar (02/11/24)Dia de Finados de 2024, leio que a Força Aérea do pequeno Israel, ao atacar o Irã com 100 caças, agora em outubro, em resposta à agressão inócua sofrida com mísseis no mês anterior, adentrou o território inimigo com longa profundidade, ate atingir os alvos, sem ser detectada, retornando em segurança e sem baixas! Foi um feito militar de um gigante, o que destaca o nível de avanço científico e tecnológico do país! Ressalte-se a participação nas tripulações de combate de 04 mulheres, o que revela o padrão civilizatório dos israelenses em contraste com países nos quais as mulheres são valorizadas pela fertilidade uterina!
Fico feliz! Pois Israel é o guardião no Oriente Próximo do Mundo Ocidental, berço da tradição religiosa judaica-cristã e única democracia representativa na região.
Em seguida, leio sobre a Proposta de Emenda a Constituição, do governo federal do Brasil, que tem o objetivo de retirar dos estados a responsabilidade sobre a segurança pública, centralizando o comando das polícias estaduais em Brasília, o que na prática implica na castração do poder dos governadores, pois qualquer sociólogo sério sabe que a sustentação de todo poder legítimo, em última instância, reside nas armas; no caso dos governadores, sobretudo nas suas Polícias Militares.
A justificativa concedida pelo presidente do PT para essa ação usurpadora, fantasiada de legalidade, que estupra a República Federativa (estados como entes independentes) e a transforma numa República Unitária (eufemismo para Ditadura com ares de legalidade!), foi, pasmem, o avanço do crime organizado... pois, segundo ele, em breve estará elegendo políticos e indicando membros do judiciário, etc... É de fazer gargalhar, para não dizer chorar aos cântaros!
Para não ser deselegante com o leitor, é o caso de perguntar: O que tem a ver o orifício retal com as calças?! (O leitor sabe como se diz isso em linguagem popular!) Uma pessoa minimamente informada compreende que o avanço da criminalidade não tem relação com centralização de comando em Brasília, mas, sim, com a leniência (frouxidão) das leis penais que favorecem bandidos e prejudicam as vítimas. Esse fato é consagrado na opinião da população mediante a seguinte constatação: A polícia prende e a justiça solta!
Então, de duas alternativas que apresentarei, uma delas deve ser mais palpável como explicação real para o sofisma presidencial, e adianto que ambas indicam que saio do mundo admirável do gigante Israel e me vejo no mundo deplorável de mentiras contumazes do anão Brasil!
Ou a PEC da Segurança tem a intenção autoritária de um velho de 79 anos que sabe que não pode lutar contra a natureza e, como todo ditador, não deixa crescer no entorno lideranças que possam sucedê-lo, mas, que, no entanto, por ter compromissos com seus vassalos apaniguados procura lhes deixar algum legado de poder: no caso uma máquina partidária encastelada no poder federal, controlando todo o aparato policial do país. Nessa alternativa cabe aos governadores eleitos defenderem sua autonomia, poder e a liberdade dos cidadãos dos seus estados (não à toa os governadores que apoiam a PEC são os de esquerda, portanto ditadores em potencial!).
Ou a PEC da Segurança é a requentada tática de camuflagem para uma desastrosa realidade, quando um velho líder da esquerda percebe que suas mentiras não convencem mais de tão manjadas; sente a perda acelerada de respeito no próprio país (não pode sair às ruas sob pena de vaias!) e internacionalmente (Daniel Ortega e Nicolás Maduro, ditadores da esquerda, acusando o presidente do PT de traidor!); ou observa o poder político escorrer pelas mãos depois de derrotas políticas fragorosas, como as sofridas pelo PT e aliados nas eleições municipais de 2024 (nas quais partidos de direita e centro-direita se sagraram vencedores)!
Mao Tsé Tung era mestre na segunda alternativa. De acordo com o Embaixador Sergio Caldas Mercador Abi-sad, no livro A Muralha e o Mito, quando Mao, em 1965, aos 72 anos, percebeu a perda de prestigio e poder dentro do Partido Comunista Chinês desencadeou a Revolução Cultural, com o pretexto falso de combater “influências burguesas capitalistas dentro do PCC, que estavam prejudicando a evolução da Revolução, que começou em 1949”. Pura bazófia, mentira, essa ação política visava combater os inimigos dentro do partido e na sociedade. Mao teve sucesso, o que lhe rendeu mais 11 anos no comando da China, até sua morte em 1976!