O portal Estadão publica nesta segunda-feira mais uma informação sobre o trem do batom vermelho que levou a empregos bem remunerados as esposas de ministros do presidente Lula, entre as quais Rejane Sousa, casada com o senador piauiense Wellington Dias, do PT, nomeado por Lula para o Ministério do Desenvolvimento Social.
Foto: Divulgação
Rejane Dias
A senhora Dias é uma entre as esposas de ministros do presidente que passou a fazer parte de um seleto de mulheres bem empregadas e bem remuneradas.
Reeleita deputada federal, Rejane Dias trocou o mandato por uma vaga no Tribunal de Contas do Piauí, onde receber remuneração mensal que varia entre R$ 35.462,22 e R$ 37.589,96 e podem ultrapassar R$ 50 mil com auxílios e indenizações.
Rejane Dias tem a companhia nesse universo de mulheres bem remuneradas. Desde janeiro, outras quatro mulheres de ministros foram nomeadas para funções de alto escalão em Brasília ou indicadas para tribunais de contas nos Estados.
Em março, a enfermeira Aline Peixoto, mulher do ministro da Casa Civil, Rui Costa, assumiu o cargo de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, mesmo que isso tenha custado um mal-estar entre os aliados mais próximos de Rui Costa. O senador Jaques Wagner (PT-BA) chegou a dizer que a vaga deveria ser ocupada por um parlamentar.
Segundo o Estadão, três outras mulheres de ministros de Lula foram nomeadas ou promovidas desde janeiro em cargos em Brasília. A presença delas na máquina pública costuma ser defendida pelo governo com o argumento de que têm capacidade e formação para preencher as vagas.
A galeria das ex-primeira-damas em cargos dos tribunais de contas. Rejane Dias puxa a fila
Ana Estela Haddad, mulher de Fernando Haddad, foi nomeada 26 dias depois de o marido assumir o Ministério da Fazenda. Professora titular da Faculdade de Odontologia da USP, Ana Estela, participou das discussões do grupo de Saúde na transição, tornou-se secretária de Informação e Saúde Digital, do Ministério da Saúde. O salário é de R$ 10.166,94.
Nilza de Oliveira, mulher do ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), foi nomeada em março secretária-adjunta da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil. Sua remuneração é de R$ 15.688,92.
No Legislativo, Thassia Azevedo Alves, mulher de Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, foi nomeada em janeiro como assistente parlamentar sênior da senadora Teresa Leitão (PT). O salário é de R$ 18.240,29.
A advogada Carolina Gabas Stuchi, ex-esposa ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, foi nomeada secretária-adjunta da Secretaria de Gestão do Patrimônio da União do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, com salário de R$ 19.030,24.
Nepotismo
O Estadão consultou o advogado Camilo Onoda Caldas, professor da Faculdade de Direito da Universidade São Judas Tadeu, para quem as nomeações podem ser consideradas nepotismo desde que tenha sido comprovado que o marido indicou ou influenciou na nomeação da esposa, mesmo em órgãos diferentes. Especialista em direito público, o advogado Fábio Lima, afirma que os casos podem, em tese, se enquadrar como imorais.
Segundo o Estadão, foram feitos contatos com as nomeadas para que comentassem a presença delas na administração pública. Também foram procurados a Casa Civil e as pastas da Gestão e da Saúde e os tribunais de contas dos Municípios da Bahia e do Piauí (TCE-PI), além do gabinete da senadora Teresa Leitão.
Em nota, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República informou ter usado o critério de qualificação profissional para nomear as esposas dos ministros no Executivo.
A assessoria da senadora Teresa Leitão afirmou que os critérios usados para a nomeação da esposa do ministro Alexandre Padilha foram meramente profissionais.
Fonte: Com informações do Estadão