Coincidentemente no dia que o jornalista Arimateia Azevedo foi preso, nesta sexta-feira (12/06) em Teresina, pela suspeita de extorsão contra o cirurgião plástico Alexandre Andrade Souza uma peça chave deste caso, Emanuela Dourado Rebelo Ferraz, foi nomeada para ser diretora-vice-presidente do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF) pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).
Processo por erro médico
Ela processou o médico Alexandre Andrade Souza por um suposto erro médico em uma cirurgia plástica. Segundo informações repassadas ao 180, um gaze teria sido esquecida dentro da paciente após um procedimento estético.
Caso no Portal AZ
O caso foi divulgado por Arimateia Azevedo no Portal AZ, mas segundo investigações do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), o jornalista, com auxílio do professor Barreto, da UESPI, teriam tentando extorquir o médico em R$ 20 mil para que novas matérias não fossem divulgadas. O valor teria sido pago e a matéria excluída do portal, mas o cirurgião resolveu denunciar o caso, que resultou na prisão da dupla.
Acordo com médico
Emanuela Dourado Rebelo Ferraz entrou com uma ação contra Alexandre e o valor da causa era R$ 150 mil. A petição inicial data de 14 de janeiro de 2020, mas o médico e ela entraram num acordo, em que ele se comprometeu a pagar R$ 90 mil para que o processo fosse extinto.
"Em face da inexistência de interesse recursal, certifique-se, de imediato, o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se", citou a sentença do juiz Jayder Ramos de Araújo.
Após o acordo entre as partes, a ação por erro médico foi extinta.
Sobre a nomeação de Emanuela
Segundo matéria do Metrópoles, a gestora já integra os quadros do órgão como superintendente operacional de atenção pré-hospitalar, responsável pelas unidades de pronto atendimento (UPAs). Ela é mulher do presidente do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev-DF), Ney Ferraz. Ele natural de Piauí, advogado, professor e servidor público federal. Foi superintendente estadual do INSS em Teresina, desde julho de 2016. Graduado em Direito pela Universidade Estadual do Piauí (2003), é especialista em Direito Eleitoral (UFPI) 2007 e em Direito Público (CEUT) 2006. Mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília – UCB (2011).
Emanuela é psicóloga formada pelo Centro Universitário Santo Agostinho, no Piauí, e tem mestrado em saúde mental pela Universidade de Fortaleza (Unifor).
O cargo estava vago desde março de 2020, quando o então diretor-vice-presidente do Iges-DF, Sérgio Costa, assumiu interinamente a presidência do órgão. A mudança ocorreu porque o chefe do instituto à época, Francisco Araújo, se tornou secretário de Saúde do DF.
A indicação de Ibaneis é direcionada ao secretário de Saúde, que também é presidente do Conselho de Administração do Iges-DF. O nome de Emanuela será submetido ao colegiado, que precisa aprová-lo.
Antes de assumir o atual cargo de superintendente operacional, Emanuela atuou como assessora de atenção pré-hospitalar do Iges-DF. “Melhoramos todas as UPAs com aparelhagem e a gestão de recursos humanos. Fui para o cargo de superintendente operacional e participei do projeto das novas UPAs. Agora, recebi esse convite”, disse à coluna Grande Angular, do Metrópoles.
Atualmente, Emanuela tem salário-base de R$ 24,8 mil, de acordo com o site do Iges-DF. A remuneração do cargo de diretor-vice-presidente é de R$ 26,9 mil. O Iges-DF faz a gestão do Hospital de Base, Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e das UPAs.
Fonte: 180graus