Fotos: Wilson Filho/Cidade Verde
Jânio Daniel: pai e presidente avisou que o gol do título seria dele
Jânio Daniel: pai e presidente avisou que o gol do título seria dele
Depois dos Alelaf ficarem marcados na história do Parnahyba, outra família começou a escrever suas páginas no clube centenário do litoral do Piauí.
O sobrenome já não é tão incomum, mas o enredo é parecido: presidente com filho em campo. Só o final que, dessa vez, foi um pouco mais feliz.
Nos anos 1970, era Pedro Alelaf, para sempre presidente Tubarão, quem via o filho Hélio jogar no time que foi vice-campeão piauiense em 1976. Isso sem contar os outros filhos, Pedrinho e Petrarca, todos atuando em épocas distintas.
Essa de pai presidente e filho jogador não é de agora...
Mais de 40 anos depois, o presidente é João Batista dos Santos Filho. O atacante Jânio Daniel do Nascimento Santos, ou só Jânio Daniel, filho de Batista, começou o jogo contra o Altos como titular, mesmo reclamando de tendinite em um dos joelhos.
- Não passou pela minha cabeça não jogar. Nem que fosse com uma perna eu queria estar nessa final.
Seu pai o avisou, antes do jogo, que ele faria o gol do título do 1º Turno do Campeonato Piauiense, ontem, no Lindolfo Monteiro. E ele fez.
- Ele disse. Eu não tenho o que falar. Eu tava dando os meus 120% ali dentro. Só quem tá no dia a dia sabe as dificuldades que a gente teve. Eu fui coroado com esse gol e o título do Parnahyba no 1º Turno.
Batista: pai do herói do jogo e presidente do clube
Batista Filho, o pai, deu um longo abraço no filho durante a comemoração. Depois falou como dirigente.
- Com os pés no chão, trabalhando com muita humildade, com respeito aos adversários, com orçamento enxuto. Mas chegamos na hora de decidir e chegamos muito forte. Vamos brigar pelo título do 2º Turno.
Não foi apenas a família Santos que entrou em campo para escrever um novo capítulo e melhorar a história do clube. E agora voltamos aos sobrenomes mais incomuns: Tonet. Fernando Tonet.
Fernando Tonet: de volta ao clube para dar a volta por cima, é erguido pela torcida
Era ele o treinador do Parnahyba em 2014, quando o Tubarão decidiu o 1º Turno em casa, contra o Piauí. Derrota em casa por 3 a 0. Depois disso, o então campeão piauiense ficou fora da disputa pelo título e nunca mais ganhou um turno sequer.
Tonet regressou no ano passado sem tirar isso da cabeça.
- Quando eu fui contratado na Série D do ano passado para retornar ao Parnahyba eu vinha com a sensação de que eu tinha uma dívida com esse clube. Hoje eu estou muito feliz porque eu paguei essa dívida. Isso é para os torcedores do Parnahyba.
São mais de 100 anos de história, que vão da influência inglesa ao hino do clube, que virou hino da cidade. As páginas que se somam a esse livro só tendem a deixar a torcida azulina ainda mais apaixonada.
Paixão revelada nas palavras do volante Luciano, parnaibano assim como Jânio Daniel e Batista Filho.
- Tenho uma identificação, sou de Parnaíba. Tive um prazer enorme em jogar por outras equipes, me marcou muito também o Flamengo daqui. Mas o Parnahyba tem um gostinho especial para mim. Eu amo essa camisa com muito amor, muito amor mesmo. Tenho o sangue parnaibano e tá no sangue essa camisa, que é branca com azul, mas tem o vermelho de vitória, de raça e de campeão.
Fonte: Cidade Verde