A paralisação envolverá cirurgiões dentistas dos seguintes municípios: Parnaíba, Luís Correia, Ilha Grande, Cajueiro da Praia, Bom Princípio, Buruti dos Lopes, Joaquim Pires, Cocal dos Alves, Cocal da estação, Caxingó, Caraúbas do Piauí e Murici dos Portelas. Os serviços odontológicos nesses municípios estarão suspensos no horário de 8h às 12h.
O movimento conta com o apoio do Sindicato dos Odontologistas do Estado do Piauí (Soepi) e do Conselho Regional de Odontologia do Piauí (CRO-PI). O presidente do Soepi, Sérgio Pires, explica que, entre outras questões, o vencimento pago atualmente não permite uma estabilidade. “Em Caraúbas, por exemplo, os dentistas se aposentam com R$ 900,00. Isso é um verdadeiro absurdo. Para citar mais exemplos, em Ilha Grande é pago um salário de R$ 1.140,00, em Cajueiro da Praia o salário é de R$ 1.400,00 e em Buriti R$ 1.500,00. É uma questão de dignidade. Para termos uma ideia, em Teresina o salário base vai chegar à R$ 4.100,00, sendo o salário final no valor de R$ 9mil, além das gratificações que somam mais de R$2.500,00. Estamos lutando por dignidade”, afirma.
A cirurgiã dentista, Allane Samara, funcionária do município de Caraúbas, aponta que a média salarial da região chega a ser menor que R$ 2 mil, abaixo dos três salários mínimos previstos em Lei Federal. “Já são no mínimo cinco anos sem aumento e nesses municípios não existe um plano de carreira. Todos os colegas são especialistas, se qualificam em cursos de alto custo e não recebem o retorno desse investimento”, diz.
O movimento reflete uma insatisfação com a falta de compromisso dos gestores públicos de valorizar os servidores da saúde, aponta o presidente do Soepi, Sérgio Pires. “Existe uma disparidade na remuneração dos profissionais nos municípios do Piauí. O que precisamos é alcançar uma valorização que encaminhe para a conquista de um valor mínimo que respeite os cirurgiões dentistas que prestam um serviço de qualidade beneficiando a população piauiense”, relata o presidente do Sindicato.
Uma comissão com representantes de cada município da região norte foi formada e acompanha o andamento de possíveis negociações nos municípios. “Existem graves problemas na saúde pública de nossos municípios e nós desejamos que nosso movimento ajude a melhorar a realidade dos profissionais que merecem trabalhar e serem valorizados de forma digna”, completa Allane Samara.
Ascom
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