136 detentos, essa é a capacidade da Penitenciária Mista Fontes Ibiapina em Parnaíba. Atualmente a população carcerária é superior a 450 presos.
Familiares se desesperavam a cada estampido de tiros ou bombas dentro do presídio. Imagem: Bruno Santana
Por volta das 17h desta terça-feira (15), detentos iniciaram um tumulto, em uma das alas da Penitenciária Mista de Parnaíba. O que a princípio parecia ser uma manifestação de pequenas proporções, transformou-se na maior rebelião registrada nos últimos anos.
Intensa movimentação de policiais no portão principal. Imagem: Bruno Santana
Diversas alas destruídas, colchões incendiados, presos espancados, alguns deles em estado grave devido a inalação de fumaça tóxica, extraoficialmente fala-se inclusive em presos mortos, principalmente na ala-2. A direção do presídio nega a informação de mortos ou feridos, mas a presença de 06 ambulâncias, inclusive com o apoio do SAMU da cidade de Luís Correia, deixa no ar uma dúvida sobre a veracidade das informações oficiais repassadas a imprensa e familiares de presos, que aguardavam em frente ao presídio por informações.
Segundo informações, o Hospital Estadual Dirceu Arcoverde – HEDA, já estaria de sobre alerta, para receber os detentos mais graves, assim como o Instituto Médico Legal, para a remoção de possíveis mortos.
Fogo toma de conta uma das alas da penitenciária mista de Parnaíba. Imagem: Bruno Santana
Desde às 19h homens do corpo de bombeiros, trabalhavam para conter o incêndio, por diversas vezes os veículos faziam um revezamento, enquanto um enchia o tanque em um hidrômetro próximo, o outro fornecia água para o combate no interior das alas. O incêndio só foi considerado controlado, por volta das 22h30, a partir daí, foi iniciado o trabalho de rescaldo.
Major Lucena, Comandante do 2º BPM chega com bombas e escudo. Imagem: Bruno Santana
Segundo o Major Adriano Lucena, Comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar, não foram usados armamentos letais para a contenção dos rebelados, somente balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. A cada som de explosão ou dos disparos, familiares entravam em desespero, muitas mães de detentos choravam pedindo para que parassem. Muitas não acreditavam na informação de que não há mortos ou feridos.
Policiais de folga foram chamados para dar apoio. Imagem: Bruno Santana
Às 23h, a rebelião foi considerada controlada, segundo o Major Lucena, não há ainda uma motivação clara para o início do fato. Nenhum preso, ou grupo interno, se manifestou assumindo a frente para fazer reivindicações ou assumir a autoria do ato. Segundo o comandante do 2ºBPM, agora inicia-se um trabalho de contenção dos detentos, rescaldo da estrutura do prédio, contagem para averiguar a possibilidade de fugas, e só após será permitida a entrada de equipes médicas (caso haja necessidade).
Bombeiros se preparando para iniciar o combate ao incêndio. Imagem: Bruno Santana
Um grande cordão de isolamento foi montado em frente a instituição prisional e, mesmo anunciado o fim da rebelião, todas as 06 unidades do SAMU, permanecem com as equipes preparadas para remoção de feridos.
Rifle antigo sendo preparado. Imagem: Bruno Santana
Criado para ser inicialmente um grande mercado público, a penitenciária mista de Parnaíba é um prédio antigo, sua última reforma foi realizada em 1999.
PM tenta acalmar familiares que buscavam informações. Imagem: Bruno Santana
Major Lucena, orientando o cordão de isolamento. Imagem: Bruno Santana
Cordão de isolamento. Imagem: Bruno Santana
Se não havia feridos nem mortos, qual o sentido de 06 ambulâncias após a rebelião ter sido "controlada"? Imagem: Bruno Santana
Se não havia feridos nem mortos, qual o sentido de 06 ambulâncias após a rebelião ter sido "controlada"? Imagem: Bruno Santana
Atualizada à 01h50 - O BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar) desembarcou em Parnaíba, vindo de Teresina e, nesse momento estão no interior do presídio, que ainda mantém 3 alas em chamas, uma unidade do SAMU acaba de remover um detendo ferido à bala de borracha para o pronto socorro do HEDA. Tiros e explosões continuam a ser ouvidos. A situação ainda está fora de controle.
Por: Bruno Santana