Um recorde registrado no Guinness Book tem provocado um desentendimento entre o Piauí e Rio Grande do Norte. Tudo porque moradores da cidade piauiense de Cajueiro da Praia, no Litoral do estado, afirmam que possuem o maior pé de caju do mundo, titulo que atualmente pertence a praia de Pirangi do Norte, município de Parnamirim.
O cajueiro Norte-Rio-Grandense entrou no Livro dos Recordes em 1994 por possuir 8.500 m². Agora, o secretário estadual de Turismo do Piauí, Flávio Nogueira, diz que vai tomar este titulo porque a árvore piauiense tem mais de 200 anos e possui 310 m² a mais do que o pé de caju potiguar.
"Já sabíamos que em Cajueiro do Praia existia o maior pé de caju do Piauí, mas o alerta de que este poderia ser o maior do mundo foi feito por um empresário que, pensando em investir na região, decidiu fazer uma topográfica da árvore e descobriu que ele media 8.810 m²", o contou.
Flavio declarou que em busca do recorde, o governo do estado contratou a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) para fazer uma nova medição e um estudo genético do cajueiro.
“A pesquisa é necessária para sabermos se estas ramificações se tratam de uma mesma árvore. Após comprovação, o passo seguinte é tombar o cajueiro em nível federal, por meio deste estudo. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) deve reconhecê-lo como um patrimônio do Piauí e em seguida protocolar a medição pelo Livro dos Recordes”, afirmou o secretário.
Flavio declarou que em busca do recorde, o governo do estado contratou a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) para fazer uma nova medição e um estudo genético do cajueiro.
“A pesquisa é necessária para sabermos se estas ramificações se tratam de uma mesma árvore. Após comprovação, o passo seguinte é tombar o cajueiro em nível federal, por meio deste estudo. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) deve reconhecê-lo como um patrimônio do Piauí e em seguida protocolar a medição pelo Livro dos Recordes”, afirmou o secretário.
O agrônomo Gilberto Sampaio, que visitou o cajueiro piauiense, explicou que o crescimento incomum da árvore acontece por conta da junção de duas anomalias genéticas.
"Em vez de crescer para cima, os galhos da árvore crescem para os lados e, com o tempo, estes se curvam para baixo por causa do peso. Quando os galhos tocam o chão, começam a criar raízes e daí passam a crescer novamente, como se fossem troncos de outra árvore, mas se trata de um único pé”, disse.
O cajueiro rei piauiense é tombado por uma lei municipal. Seus frutos são utilizados na produção de vinho e suco, e a castanha é vendida para torra. Dona Maria Martins, 72 anos, é uma das moradoras que recolhe os frutos do pé. "Além disso, a castanha, depois de queimada, é comercializada. A fruta só não serve para fazer doce porque ele é muito azedo. Já as folhas dão um ótimo adubo".
Já recebe turista
Mesmo sem a comprovação de que se trata do maior cajueiro do mundo, a árvore piauiense já recebe muitos turistas. O casal Gilberto Sampaio e Eliane Sampaio ficaram surpresos ao serem informados, pelos funcionários da pousada onde estavam hospedados, de que no Piauí havia um cajueiro maior do que o da praia de Pirangi. Eles residem em Fortaleza e estavam curtindo as férias em Barra Grande, povoado de Cajueiro da Praia.
Já recebe turista
Mesmo sem a comprovação de que se trata do maior cajueiro do mundo, a árvore piauiense já recebe muitos turistas. O casal Gilberto Sampaio e Eliane Sampaio ficaram surpresos ao serem informados, pelos funcionários da pousada onde estavam hospedados, de que no Piauí havia um cajueiro maior do que o da praia de Pirangi. Eles residem em Fortaleza e estavam curtindo as férias em Barra Grande, povoado de Cajueiro da Praia.
“O impacto foi grande porque já conhecemos o cajueiro do Rio Grande do Norte e quando os funcionários relataram que tinha um maior do que o de lá, decidimos vir conhecê-lo. Não temos uma opinião formada, entretanto, se for comprovado que o do Piauí é maior, o governo do estado precisará construir uma estrutura adequada para receber os visitantes”, afirmou a professora Eliane Sampaio.
Torcida pelo recorde
Moradores da cidade aguardam ansiosamente pela comprovação do recorde. Muitos já pensam no retorno financeiro que isso trará para o município. Entre os mais ansiosos estão: a prefeita da cidade, Vânia Ribeiro, o guia turístico José Felix, e o dono da terra onde o cajueiro está, Raimundo Nonato.
O guia turístico José Felix torce pelo cajueiro piauiense e já se imagina recepcionando centenas de visitantes.
“Desculpa os amigos potiguares, mas nosso cajueiro é o maior e agora receberemos centenas de visitantes. Não vejo a hora de caminhar com os turistas no meio desta árvore. Vamos superar o recorde deles”, disse o guia.
“Desculpa os amigos potiguares, mas nosso cajueiro é o maior e agora receberemos centenas de visitantes. Não vejo a hora de caminhar com os turistas no meio desta árvore. Vamos superar o recorde deles”, disse o guia.
O aposentado Raimundo Nonato tem o termo de posse do terreno e diz que não abrirá mão de receber uma indenização pela posse da terra.
“ Por mim podem fazer uma praça. Construir uma estrutura para receber as pessoas que veem conhecer a árvore. Apenas desejo receber um valor por esta terra. Este terreno é herança de família e não abrir mão dela de mão beijada”.
Para a prefeita Vânia Ribeiro, o pé de caju pode atrair mais turistas e isso pode gerar emprego e renda para a população local.
“O recorde vai agregar valor ao turismo da cidade e com isso teremos mais visitantes em Cajueiro da Praia. E a medida que aumenta o número de turistas, cresce a quantidade de dinheiro gasto em nossa cidade. Só teremos resultados positivos”, falou.
Gilcilene AraújoDo G1 PI, em Cajueiro da Praia